terça-feira, 7 de julho de 2015
Escalada da vida
Viver pra mim é como escalar uma montanha: trata-se de uma aventura muitas vezes difícil e cansativa, mas que tem suas belezas raras. A paisagem, a atmosfera, o clima. Respiro fundo e sinto a natureza ao meu redor. Com força e coragem, vou subindo...
No trajeto, aprendo muito sobre mim mesma, me transformo e evoluo - física e emocionalmente. À medida que deslizo sobre as rochas, vou progredindo. É como uma dança, o movimento dos quadris.... o jogo de cintura.
À medida que chego ao topo, tenho a recompensa: olho pra trás e me orgulho do percurso; olho pra frente e as esperanças se renovam. E no "aqui e agora" sou só gratidão pela dádiva que é estar viva.
quinta-feira, 2 de julho de 2015
Primeiro fique sozinho
"Primeiro fique sozinho. Primeiro comece a se divertir sozinho. Primeiro amar a si mesmo. Primeiro ser tão autenticamente feliz, que se ninguém vem, não importa; você está cheio, transbordando.
Se ninguém bate à sua porta, está tudo bem – Você não está em falta. Você não está esperando por alguém para vir e bater à porta. Você está em casa. Se alguém vier, bom, belo. Se ninguém vier, também é bom e belo.
Em seguida, você pode passar para um relacionamento. Agora você se move como um mestre, não como um mendigo. Agora você se move como um imperador, não como um mendigo. E a pessoa que viveu em sua solidão será sempre atraídos para outra pessoa que também está vivendo sua solidão lindamente, porque o mesmo atrai o mesmo.
Quando dois mestres se encontram – mestres do seu ser, de sua solidão - felicidade não é apenas acrescentada: é multiplicada. Torna-se um tremendo fenômeno de celebração. E eles não exploram um ao outro, eles compartilham. Eles não utilizam o outro. Em vez disso, pelo contrário, ambos tornam-se UM e desfrutam da existência que os rodeia."
OSHO
terça-feira, 30 de junho de 2015
Dádiva
Algumas pessoas aparecem de forma inusitada na nossa vida e a transformam de forma tão profunda que deixam marcas eternas. A intensidade supera o tempo e, por isso, parece que as conhecemos desde sempre e para sempre. A presença delas nos preenche e compartilhar a vida torna-se uma multiplicação de prazeres e aprendizados. Quando isso acontece, o sentimento transcende rótulos, conceitos e razões. A ligação se dá na esfera da essência e se traduz em afinidades e afeto. Com elas, ficamos em paz, com a mente tranquila e o coração sereno. Nos despimos das máscaras, dos papéis sociais e nos vestimos de nós mesmos. Nos sentimos em casa, bem vindos, queridos, independente de nossas virtudes ou limitações, do jeito maduro ou infantil. O silêncio não incomoda, acolhe. Isso é raro: experimentar a dádiva que é o exercício pleno do amor.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
Cânion
Corre em mim, por entre as rochas duras, resistentes e majestosas,
um rio de sentimentos, pensamentos e percepções.
Ele segue seu curso com força e fluidez.
Não é fácil chegar até ele;
para se refrescar ou se deleitar em suas águas claras,
é preciso escalar as paredes do cânion.
Requer força, vontade, coragem!
Uma espécie de seleção natural:
os perrengues desanimam os desinteressados
ou aqueles que se contentam com relações superficiais.
Às vezes, em circunstâncias de chuva forte
ou de obstrução do fluxo,
este rio enche demais.
Quase me afogo em palavras não ditas,
nos sentimentos aprisionados,
em choro contido.
Para essas ocasiões, tenho aprendido a nadar...
respirar, bater pernas, usar os braços.
E quando a correnteza é forte demais,
me deixo levar pelo fluxo, enfrentando o pavor de ser levada.
Melhor do que se agarrar a velhos galhos ou troncos apodrecidos.
domingo, 21 de junho de 2015
É tempo de partir
Vá, meu amigo.
Vá porque seus sonhos são do tamanho do mundo e não cabem em fronteiras. Seus sonhos são de todas as cores e texturas, perpassam montanhas e rios e horizontes sem fim. Eles superam os limites da razão para ganhar vida, pulsando por aí.
Vá porque sua luz precisa brilhar por outras bandas, iluminar caminhos escuros e projetar-se nas luas que encontrar. Irradie sua energia onde estiver, sem economias; contagie as pessoas.
Vá porque ainda há muito o que aprender, e as experiências são os melhores professores que podemos ter. Se jogue em sua existência e sinta tudo com a paixão e a intensidade que merece. Dê asas aos seus 5 sentidos, explore-os! Deguste cada pedaço de chão por onde passar, sinta o cheiro que exala da vida, toque o som do universo, escute o silêncio das palavras não ditas, veja além do óbvio! Seus olhos anseiam por expandir o campo de visão, admirar e sentir outras belezas. Que seu coração possa ser sua lente quando ver as pessoas e a natureza ao redor.
Vá porque a vida é curta, é um sopro. Cada momento é único, é presente, é dádiva. Aproveite-os! Encha seus dias com paixão, alegrias, leveza, risadas e afeto. É aqui e agora que a gente constrói o futuro... Plante tudo aquilo que deseja colher e olhe pra frente com fé e esperança. Os frutos virão! Como diz o ditado, "o plantio é opcional, mas a colheita é obrigatória"; então cultive tudo o que te faz bem e feliz!
Vá porque é tempo de apaixonar-se ainda mais por você mesmo, pelo seu jeito, pela forma de encarar o mundo e de evoluir a partir das vivências. E de apaixonar-se também pelo outro, pelos outros, pelas tantas pessoas que irá encontrar por aí.
Vá porque é tempo de ir, já que você não cabe mais em si mesmo. Vá expandir os limites de seu corpo e mente. Você é um espírito livre, cidadão do mundo; explore-o, conquiste-o. E deixe pra ele o seu legado, contribuindo para torná-lo um pouco melhor do que encontrou. Espalhe suas sementes de força e coragem. Força para romper barreiras e enfrentar obstáculos, coragem para libertar dos medos e encarar as dificuldades.
Não é difícil deixá-lo ir, porque sou daquelas que nunca colocaria passarinho na gaiola. É muito mais bonito vê-lo solto, cantando e voando livremente. Bicho solto volta quando quer, e se volta é porque tem ligação forte com o que deixou pra trás.
Voe, meu amigo, voe alto. E volte quando quiser. As portas e os braços estarão sempre abertos para te receber. Ausências são incapazes de romper laços de afeto!
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Nariz no vento, olhar no horizonte
Texto do meu querido amigo Justino Augusto. Tive que me "apropriar" dessa lindeza!
Trilhas e milhas. Quem sabe encontro alguém pra andar mais eu a segunda milha. E a terceira. E a quarta. E quantas mais e tantas mais. E Que curte mato. E que não questione caminhar em meio a pedras, e atravessar rios de águas cor de chá; que não reclame se a pele arranhar em carmesim; que sorria ao subir montes prá, de lá de "riba", contemplar as pessoinhas lá embaixo, como formigas, ou os caminhos como filamentos, longe; que não tema adentrar cavernas nunca dantes vistas, que se delicie aprofundar-se em poços profundos ocultos entre fendas da montanha. Que alargue os braços prá sentir o vento soprar por entre canions desconhecidos; que não peça por uma cama confortável ao se horizontalizar em solo úmido, que não horrorize por dormir sob a abóboda infinita cheinha de pontos de luz, por vezes sem abrigo, ou ao caminhar por dias sem ver mais ninguém, que não se desespere ao se ver solta num abismo segura apenas por uma tenue corda. Que não tema ao perceber que tem apenas bichos, pedra, água, céu e a mim por companhia. E que goste de mim. (...) Mas se não curtir nada disso, pelo menos que me deixe ir. E me permita voltar.
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Manifesto pela liberdade de ser
Observando as pessoas com quem convivo, a forma de ser de cada um, de agir e reagir, a maneira que enxergam o mundo e a si mesmos, a conduta, os sentimentos e pensamentos, penso: "sou privilegiada, convivo com pessoas incríveis".
Mas ultimamente tenho questionado essa ideia, porque ela me sufoca. Não que as pessoas não sejam incríveis, elas são. Mas colocar nelas este rótulo e dar a elas este papel é, de certo modo, enquadrá-las e encaixá-las em moldes da categoria "incrível". Ou seja, colocar o outro nesse lugar "especial" - que eu mesma criei (idealizei) - é uma forma de querer aprisioná-lo, porque não quero que ele saia de lá, que quebre o padrão de conduta. E ninguém veio ao mundo para ser modelo, para conduzir escolhas e atitudes de forma a atingir as minhas expectativas.
Quando nos decepcionamos, a culpa não é do outro, é nossa! Porque
criamos falsas expectativas e achamos que as pessoas vão corresponder a
elas, que vão agir como esperamos. Aí nos frustramos. Além disso, os "escolhidos" por mim podem não querer estar nesse "lugar especial" onde as coloquei. Então, que tal deixá-las serem livres? Serem simplesmente como são, sem rótulos ou enquadramentos?
Eu mesma não quero ocupar nenhum altar. Quero simplesmente ter a liberdade de agir, reagir, pensar e sentir do jeito que quero ou consigo, sem ser julgada por isso, sem ter a sensação de estar "decepcionando". Quero ser verdadeira comigo mesma e, consequentemente, com todos que me cercam. Ser livre, sem prisões subjetivas.
Sobre trilhas e travessias
Quando começo uma trilha, olho para o horizonte e penso em todo o percurso. Ele parece longo demais, difícil, com suas subidas íngremes, descidas cascalhadas, rios para atravessar. Imagino o cansaço, as dificuldades. Mas então, dou os primeiros passos, dou início à minha marcha de passos curtos, rápidos e ritmados. A paisagem é linda, o sol me enche de energia e nada mais importa: estou ali por inteiro, exatamente onde e como queria estar. O destino já não me preocupa, nem o tempo, nem os obstáculos; de corpo e mente presentes, canto, caminho, paro para descansar e admirar as belezas ao meu redor. Toda ansiedade e preocupação desaparecem, tudo é sereno, equilibrado.
Essas lições das minhas experiências com trilhas e travessias eu tenho tentado levar pra minha vida, de maneira geral. Estar mais no presente, dar um passo de cada vez, viver os dias com leveza e intensidade, aproveitar a jornada (mesmo os perrengues), não antecipar ou adiar momentos e decisões, percorrer o caminho curtindo o que há de bom e enfrentando os obstáculos que aparecerem de forma objetiva e tranquila.
terça-feira, 5 de maio de 2015
Gratidão e felicidade
Eu tentei não me envolver. Tentei manter a distância que se espera
haver entre amigos que se querem bem. Tentei manter a nossa
conexão no campo do afeto fraternal, lutando contra a pressão que
existe há algum tempo pra mudar de lado.
Eu tentei!!! Me esforcei pra
ver você "só" como o amigo que acolhe, que escuta, que gargalha junto,
que nem sempre abraça, mas quando o faz, envolve também a alma. Tentei
não me encantar pela visão que vai além do óbvio e pelos olhos que vão
além do desejo. Tentei não ir além e manter os sentimentos sob controle. Mas meu coração teimoso e aventureiro não quis ficar no conforto da
amizade. Se rebelou e começou a bater mais forte a cada ligação,
mensagem, momento compartilhado. Ele induz sonhos acordados, e quase sinto
seus abraços, beijos e carícias nas noites solitárias em minha cama
vazia. E assim tem sido desde então.
Ainda bem que a cabeça ainda está no lugar e que também tem poder
sobre os sentidos. Traz serenidade, calma e leveza. Posso encarar a realidade,
enxergá-la com clareza e compreender
que tudo isso não passa de uma projeção minha; que o amor que insiste em transbordar deve ser guardado até que se transforme novamente... Assim consigo viver ao
seu lado com tranquilidade.
Apesar dos conflitos internos, sou grata pela relação que construímos, de afeto e amizade. Ela me deixa muito feliz! É como cobertor em dias frios, sombra em dias quentes, sopro de brisa no deserto, chuva de verão. É como um mergulho em cachoeira após horas de caminhada ou um copo de cerveja às 19hs. É amor que acolhe, aconchega, acalma, alivia. :-)
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Uma reflexão sobre a vida de solteira
A vida de solteira é uma delícia. E não só pela possibilidade de conhecer gente nova, aventurar-se no sexo ou beijar várias bocas. É porque, nesses momentos, não precisamos dividir: a gente se coloca como prioridade em tudo.
Em tempos de solteiro, fazemos as viagens que queremos, sem precisar negociar roteiros, tempo e companhias. Aproveitamos para ir a lugares que nunca fomos, em esquemas e com pessoas diferentes. Topamos as coisas com mais facilidade, sem nos preocupar. Acampar, ficar sem banho, visitar lugares estranhos, ver o nascer do sol, aceitar uma oportunidade inesperada pra viajar; tudo é válido. Afinal, basta termos a vontade (e o dinheiro!).
Em tempos de solteiro, não precisamos planejar o final de semana com antecedência. A gente topa um convite de última hora pra sair na sexta, acorda pra correr no sábado, come o que quer, vai ao cinema ou pra balada, chega em casa de manhã, curte preguiça, liga pras pessoas, fica na internet, lê livros e se entedia. Fazemos tudo no nosso tempo e ritmo.
Em tempos de solteiro, somos mais livres para nos relacionarmos. Experimentamos novas situações, conhecemos gente nova, curtimos a paquera, entramos em joguinhos de conquista, ousamos no sexo e ficamos sem ele, quando nos convém. Sem obrigações ou cobranças.
Em tempos de solteiro, gastamos menos. Temos menos compromissos sociais, menos obrigações, menos demandas, menos presentes. Tudo acontece do nosso jeito.
Mas, tenho que admitir: ainda assim, troco tudo isso pelo aconchego dos braços de alguém! Mas alguém por quem valha a pena abrir mão disso tudo, porque relacionar-se exige tanta coisa.... Então, antes só do que num relacionamento que não acrescenta!
Relacionar-se requer ceder, compreender, entender, aprender, reaprender, tolerar, perdoar, exercitar a paciência, respeitar, comunicar. Relacionar-se é verbo; é mais que amor: é amar, com tudo que essa prática demanda. Relacionar-se é escolha! É optar pelo pacote completo; é esforçar-se de um lado e, de outro, receber recompensas como cumplicidade e companheirismo.
Relacionar-se é também crescer junto, compartilhar sorrisos e risadas, dividir tristezas, somar esforços, multiplicar alegrias; é dar as mãos, ceder o ombro e receber o colo, ou vice-versa. É trilhar o mesmo caminho, no mesmo ritmo, ainda que nem sempre juntos. É viver o presente, olhando gentilmente pro futuro...
O grande dilema é conciliar vontades; é "encontrar" alguém que esteja no mesmo "timing". Alguém que, junto com a gente, esteja disposto a tomar essas decisões, enfrentar consequências e abrir mão do que for necessário. Alguém que olhe nos olhos e diga, de coração, "tamo junto".
Relacionar-se requer ceder, compreender, entender, aprender, reaprender, tolerar, perdoar, exercitar a paciência, respeitar, comunicar. Relacionar-se é verbo; é mais que amor: é amar, com tudo que essa prática demanda. Relacionar-se é escolha! É optar pelo pacote completo; é esforçar-se de um lado e, de outro, receber recompensas como cumplicidade e companheirismo.
Relacionar-se é também crescer junto, compartilhar sorrisos e risadas, dividir tristezas, somar esforços, multiplicar alegrias; é dar as mãos, ceder o ombro e receber o colo, ou vice-versa. É trilhar o mesmo caminho, no mesmo ritmo, ainda que nem sempre juntos. É viver o presente, olhando gentilmente pro futuro...
O grande dilema é conciliar vontades; é "encontrar" alguém que esteja no mesmo "timing". Alguém que, junto com a gente, esteja disposto a tomar essas decisões, enfrentar consequências e abrir mão do que for necessário. Alguém que olhe nos olhos e diga, de coração, "tamo junto".
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