sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A confiança



Eu não costumo duvidar das pessoas. Na verdade, digamos que sou um tanto "inocente", acredito demais nas pessoas. Tenho fé no ser humano, ainda que quebre a cara de vez em quando e que, uma vez o outra, o capetinha fale coisas ao pé do meu ouvido. Aliás, escrevendo isso me fez lembrar de um filme que eu adoro e que agora, pensando com meus botões, tem uma cena com a qual me identifico: "Um beijo roubado". É só um parênteses, não quero me alongar nos comentários sobre o filme, mas essa cena reflete um pouco o que penso. Natalie Portman diz a Norah Jones (Lizzie) que ela não deveria acreditar tanto nas pessoas. Lizzie reflete um pouco sobre isso e confessa, em uma carta da Jude Law, que tentou não acreditar nas pessoas e fracassou; depois ficou grata por isso.

Bom, voltando ao assunto do post... aconteceram algumas coisas na minha vida durante essa semana que me fizeram refletir muito sobre confiança. Como a confiança é tão difícil ser construída, é tào forte para sustentar relações e, ao mesmo tempo, tão frágil, que se quebra com um sopro.

O fato é: tem uma pessoa que trabalha na minha casa há mais de 13 anos. É uma pessoa ótima e séria, trabalhadora, mas tem um defeito: de vez em quando ela "toma posse de objetos que não são dela", vamos dizer assim pra não ficar tão pesado. São sempre coisas pequenas, sem valor, que estão meio esquecidas e, por isso, demoramos para dar falta. Aí, quando percebemos, é tarde demais. De vez em quando acontecem umas discussõeszinhas aqui em casa sobre o assunto, principalmente quando some algo que tem um valor especial pro dono. Foi o caso de uns baralhos de Portugal que ganhei de uma amiga muito querida: eles sumiram e eu quase surtei.... depois eles apareceram no lugar de novo, como que por milagre (lugar, diga-se de passagem, que eu já havia checado). É, de vez em quando ela "devolve" as coisas, acho que ela guarda e fica atenta pra ver se sentimos falta e, se não, ela se apossa de vez do objeto em questão. Outra coisa que ela devolveu foi uma nota de R$ 50,00; essa sim eu dei falta na hora e ela ficou bem sem graça quando me devolveu, desviando o olhar e inventando uma desculpa: "caiu no chão quando fui arrumar seu quarto e eu guardei". É, "guardou" em seu próprio bolso uma nota de R$ 50,00 que caiu da minha calça. estranho, não? Bom, resumindo: as coisas somem aqui em casa e nos "acostumamos" com isso, acreditando que as qualidades da nossa funcionária pesam mais na balança do que esse defeito; quando alguma coisa especial some, damos o grito e, e alguns casos, a coisa reaparece. Em outros, não.

Acontece que essa semana "sumiram" as alianças da minha mãe (ela usa uma aliança bem sofisticada, de brilhantes, com uns aparadores. Uma coisa meio madamesca). É que quando minha mãe mexe com produtos químicos, os anéis dão alergia e então ela tira pra dormir (ou quando vai ficar em casa)... e, no dia anterior, ela havia feito escova prograssiva em seus cabelos e os dedos estavam feridos no lugar da aliança. Então, ela foi ao dentista, sentiu o dedo coçar, mexeu nas alianças, voltou pra casa, fez mil coisas, dormiu, acordou e, quando percebeu, as alianças não estavam onde supostamente deveriam estar, em seu criado mudo (se não fosse mudo, poderia contar o que aconteceu... hehehe).  Ligou pra figura em questão e perguntou se ela tinha guardado; ela disse que não. 

Eu e minha mãe começamos uma saga pra achar as alianças. Reviramos o apartamento todo, tudinho, todos os cômodos e cantos: quarto dela, quarto dos meus irmãos, sala, debaixo dos móveis, nas camas, nas frestas, na geladeira! E nada. Só em um lugar não procuramos: dentro do armário onde guardamos as roupas de cama.

No dia seguinte, foi um escarcéu. Minha mãe pediu pra Fulana (não quero citar nomes, então vou chamá-la assim) encontrar as tais alianças e ela ficou ofendida. Começou um bate-boca dos infernos e uma troca de alfinetadas entre as duas que - como imaginei - não acabaria bem. Tom de voz elevado, choro... De certo modo, entendo o lado da Fulana, porque eu ficaria ofendida também se alguém insinuasse que eu estaria roubando. Mas também entendo o lado da minha mãe que, acostumada com algumas infrações da dita-cuja, achou que esse seria mais uma de seus delitos.

Depois do quebra-pau, eu e minha mãe demos mais uma vasculhada na casa toda pra ter certeza de que as alianças não tinham sido colocadas pela própria dona em lugares estranhos, por descuido. Não encontramos nada, mas não abrimos o tal armário.... E eu, defendendo o lado fraco da história, disse pra minha mãe: ela nunca iria roubar jóias de uso cotidiano....  são alianças! Você está o tempo todo com essas alianças, seria muito arriscado, muita burrice (Fulana é espertíssima). 

Bom, mais uma noite se passou e, no dia seguinte, minha mãe tomou a decisão de demitir a figura. Mas antes, precisava dar férias a ela (ela tinha 15 dias de férias vencidas). Então, a comunicou sobre as férias somente (e não sobre a demissão) e, desolada, ficou sem as alianças. Nesse dia, a passadeira veio também aqui em casa para passar a roupa limpa, inclusive a roupa de cama, que seria colocada no tal armário que não fora vasculhado. 

Quando Fulana foi pra casa dela e minha mãe resolveu guardar a roupa passada, adivinha? As alianças estavam no armário de roupa de cama. Pergunto a vocês: o que aconteceu? Não sabemos, e escrevi tudo isso pra chegar exatamente aqui, nesse ponto.

Hipóteses:
  1. A Fulana pegou as alianças mas achou que não desconfiaríamos dela (seguindo a minha linha de raciocínio de que ela nunca pegaria algo que usamos no dia-a-dia); mas, depois do chilique da patroa, arrependeu e colocou num lugar que minha mãe provavelmente não havia procurado. Deixou no armário logo no dia de guardar as roupas de cama limpas. 
  2. A Fulana queria provocar minha mãe, então desapareceu com a aliança por algum tempo pra depois as colocar num lugar estranho e ouvir minha mãe dizer, pela milionésima vez "estou doida, minha cabeça está ruim demais" (sim, elas têm certa rixa). Mas, me questiono: como ela poderia saber que o único lugar onde não procuramos havia sido esse armário??? Impossível....
  3. Minha mãe, que afirmou estar com alergia nos dias que as alianças sumiram, pode ter mexido no armário com as alianças na mão (ela as tira quando está com alergia) e deixado lá sem perceber, por descuido ou esquecimento.
Pergunto de novo: quem está certo? Não seria injustiça demitir a Fulana por algo que ela pode não ter feito?
Pra quem já assistiu "12 homens e uma sentença", vai entender o plágio: existe aqui uma dúvida razoável. Não podemos afirmar nada! Não é possível descobrir se ela pegou de fato as alianças ou se minha mãe está com a cabeças nas nuvens. Mas agora... pensem comigo: minha mãe não desconfiaria se a outra não tivesse nos dado tantos motivos no decorrer dos anos!

Então, dei um conselho pra minha mãe: demita-a. Não porque ela roubou os anéis (até acho que, dessa vez, a minha mãe é que estava errada e simplesmente deixou as alianças no armário), mas porque é uma relação onde não há mais confiança mútua. Ambas desconfiam uma da outra e sempre acham que as ações são de má-fé. A confiança foi quebrada, seriamente danificada.... como conviver assim?

É como nos relacionamentos amorosos: é preciso haver confiança para se viver em paz e construir uma relação saudável. Caso contrário, o relação corrói pelo ciúmes e pela paranóia. Quando há confiança, as duas partes podem ter liberdade para viver que não há cismas; o dia-a-dia é leve e alegre. Mas, se uma das partes quebra essa confiança, acabou. Dificilmente consegue-se viver bem novamente, porque ao menor sinal de uma traição, haverá brigas. E mesmo quando um disser "vou trabalhar até tarde" (e realmente for verdade) o outro desconfiará. Repito: como viver assim?

A confiança é como a base de um edifício: ela sustenta a estrutura e, uma vez rachada, o conserto é improvavél, ou demora um longo tempo, muito trabalho e dedicação. E afirmo: cuidado com as atitudes, seremos sempre julgados por elas. Se nossas atitudes inspiram confiança, confiança teremos. Se não....


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Reflexões para uma vida melhor


Certa vez, um amigo me disse:

"É engraçado demais como as pessoas mudam com o tempo. É estranho ver que, às vezes, as pessoas mudam tanto, que influenciam até em sua aparência..."

É, as pessoas mudam sim. Mas não só elas mudam; nosso olhar sobre elas, fruto de nossas próprias transformações internas, também muda, e passamos a ver nas pessoas outros gestos, outras características e outras particularidades.

Com o amadurecimento (quando se busca, de fato, a evolução), passamos a enxergar as pessoas com outros olhos, muitas vezes mais brandos e mais livres de jugamentos e pré-concepções, ou mais generosos.

Quando tenho a impressão de que alguém mudou demais, geralmente me questiono: a pessoa realmente mudou tanto assim ou foi o meu olhar sobre ela que se transformou? Amadureci? Passei a vê-la de outra forma, a enxergá-la de fato com suas belezas e defeitos? É que acho que nossa forma de pensar e ver as coisas muda também contribui para essa percepção de que tudo ficou tão diferente.

Mudanças são positivas quando possibilitam que nos tornemos pessoas melhores. Tento buscar isso o tempo todo. Quando faço essa reflexão, vejo o quanto ainda sou imatura, pouco flexível, intolerante e perfeccionista (no sentido ruim da palavra); percebo o quanto preciso me transformar, amadurecer, ser uma pessoa melhor, mais humana, mais livre, mais relaxada e mais  generosa comigo mesma.

Só espero que minha caminhada nessa vida seja sempre iluminada por Deus. Não esse Deus da religião, mas o Deus que vive nos bastidores do teatro da vida, o Deus perfeito e generoso que nada de assemelha à figura do Deus humano que as pessoas insistem em pintar. Que, iluminada por sua luz e sua verdade, eu consiga enxergar meus caminhos e conduzir meus passos rumo a uma vida melhor e mais plena. Que consiga sempre ver as pessoas com os olhos do coração e da humildade. Que tenha sabedoria para fazer as escolhas que precisam ser feitas.....

domingo, 8 de janeiro de 2012

O que eu quero de você


Uma lista de desejos elaborada por IVAN MARTINSÉ (editor-executivo de ÉPOCA). O texto foi copiado da revista. Para ler o original, clique aqui).

FONTE: Época 



Muito tempo atrás, quando o réveillon se aproximava, uma pessoa querida me perguntou o que eu esperava dela no ano que iria começar. Eu disse que não sabia, e era verdade. É verdade, também, que, desde então, eu aprendi alguma coisa. Percebi, com algum arrependimento, que havia, sim, coisas que eu deveria ter dito e que talvez tivessem nos ajudado. Mas tive preguiça, ou não tive coragem, e deixei a oportunidade passar. Hoje, acho que as coisas que eu não disse são importantes, e talvez não apenas para mim. Publico, portanto, a minha lista atrasada de desejos, escrita com a maior franqueza possível, esperando que ela seja útil para outros homens – e outras mulheres também:

A primeira coisa que eu desejo é que você continue sendo como é.

Parece bobagem, mas, à medida que as relações avançam, as pessoas se transformam. Elas vão se acomodando em papéis que substituem a personalidade complexa e rica que costumavam exibir no início do namoro - e que continuam a ter fora do casal. Eu estou falando, por exemplo, da garota que banca a menininha, enquanto o cara assume o papel de papai. Ou da mulher que passa a agir como mãe (carinhosa ou rabugenta), enquanto o namorado ou marido faz papel de filho. Penso na garota que começa a tratar o parceiro como o bobinho querido que não faz nada direito ou, do contrário, passa a venerá-lo como se ele fosse incapaz de errar. Penso no cara que se acomoda ao ciúme da mulher (ou vice-versa), e passa a viver como se a desconfiança doentia fosse uma parte natural da vida.

Eu não sei de onde vem isso, mas acontece. É como a preguiça que deixa o homem no sofá enquanto a mulher levanta para fazer a comida, ou o hábito de muitas mulheres de nunca mais guiar um automóvel depois que um homem entrou na vida delas. São acomodações, relaxamentos, auto-indulgências que a gente se permite, mas talvez devesse combater. Alguém vai dizer que essas atitudes revelam quem somos e que um bom relacionamento é, justamente, aquele que nos permite relaxar, sermos nós mesmos sem disfarces e sem afetações. Eu duvido. Acho que esse personagem sem graça que criamos nas relações duradouras não nos revela. Ele é apenas um pedaço bobo e infantil de nós mesmos. Então, apesar do conforto que eu sinto ao seu lado, não tenho a menor vontade de virar um chinelo velho, um apelido ridículo, uma piada repetida no almoço de domingo. Quero continuar sendo eu mesmo - e não quero que você vire a caricatura da mulher que eu conheci.

A outra coisa que eu desejo é que você respeite a minha solidão.

Quando a gente está num relacionamento, é comum ter vontade de exigir a atenção do outro o tempo inteiro. “Me escuta, olha para mim, fala comigo, pega a minha mão, não me ignora.” Pode ser bonitinho, mas não é razoável. É importante poder ficar longe, mesmo estando na presença um do outro – estar quieto, lendo, trabalhando ou apenas imerso em si mesmo. É igualmente importante poder fazer coisas sozinho, entrar no cinema ou caminhar pela rua sem estar de mãos dadas. A cumplicidade, embora essencial, não nos transforma em uma única pessoa, e isso é bom. Mesmo apaixonados, ainda precisamos boiar sozinhos no mar interior e você não deveria se assustar com isso. Entenda como uma oportunidade de estar na sua, de forma segura: eu estou aqui, você conta comigo permanentemente, minha mão está ao alcance da sua. Mas, às vezes, vou exigir distância e solidão – e é importante que você compreenda isso.

Não quero ser o eterno pagador das contas.

Sei que ainda é mais difícil para as mulheres do que para os homens ganhar dinheiro, mas, acredite levar a vida nas costas, sem expectativa de rodízio, tampouco é a coisa mais relaxante do mundo. Homens sofrem e se arrebentam com isso. Morrem jovens ou se estropiam com o estresse da situação. Eles não podem ser demitidos, não podem falhar, não podem ser passados para trás. Quem vai pagar a escola das crianças e o plano de saúde da vovó? Num mundo em que as mulheres estudam, competem e também mandam, essa situação patriarcal deixou de ser natural e caminha rapidamente para se tornar intolerável.

Outro dia, vi na internet um vídeo em que um escritor que eu admiro, morto recentemente – o Christopher Hitchens -, dizia que não achava que as mulheres precisavam trabalhar. Se quisessem, tudo bem, mas não precisavam, pelo menos não a mulher dele. Fiquei chocado. Mais ainda quando mulheres que eu conheço começaram a dizer que era isso mesmo. Caramba: no século XXI, depois de toda a merda que deixamos para trás, há pessoas adultas que ainda sonham em viver sem fazer nada, como sinhazinhas do Brasil escravocrata. Quem vai ralar em dobro e morrer de enfarte antes dos 50 para satisfazer esse desejo? Eu não, meu amor. Espero que você compreenda e nos ajude a superar esse arcaísmo.

Finalmente, quero que você aceite correr riscos.

Quando nos conhecemos, eu escolhi você – e fui escolhido – em meio a um monte de outras pessoas. Essa opção não mudou e não mudará enquanto houver carinho e intensidade entre nós. Mas uma coisa, sim, mudou inteiramente: passamos a evitar as tentações da multidão. Um pacto de medo fez com que passássemos a evitar pessoas e situações que nos causam insegurança. Vamos ser francos: não é apenas aquele ex que incomoda, mas uma listinha de pessoas que parece crescer a cada ano, assim como a relação das situações que precisam ser evitadas. Ouvi uma amiga dizer outro dia: ir ao cinema com outra mulher é traição. Seria mesmo? Almoçar, passear, rir, fazer compras, se emocionar fora da relação, esses são todos atos de deslealdade? Não acho que sejam, não podem ser. O mundo, o nosso mundo, precisa ser maior do que isso.

Por isso eu falo de aceitar riscos. Quero que você entenda, e me ajude a entender, que ter alguém não significa não ter mais ninguém ao redor. Às vezes você vai querer jantar com um amigo ou terá desejo de ir a uma festa sem mim. Tudo bem, porque eu também tenho vontade de fazer essas coisas. Há riscos? Claro, eles estão por toda parte. As pessoas são encantadoras, bonitas, sensuais. Mas você e eu temos um pacto, explícito ou não, com ou sem data de validade, que nos mantém unidos e leais um ao outro. No dia em que ele deixar de ser válido, a gente senta e reconversa. Até lá, vamos viver sem medo. Ou enfrentá-lo.

(Ivan Martins escreve às quartas-feiras para a revista Época).


Desejo muito dar esses passos rumo à evolução. Seria  perfeito construir relações assim, mas não é uma tarefa fácil. Precisamos nos policiar e nos questionar o tempo inteiro para evitar os vícios de nossos atos, nem sempre condizentes com nossos discursos. Ah, quem dera que nossas atitudes fossem sempre coerentes com nossos pensamentos! Não somos seres puramente racionais... nossos sentimentos, bons ou ruins, falam gritam: de posse, de insegurança, de medo, de paixão, de cuidado...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Receita de Ano Novo

(Atribuído a Carlos Drumond de Andrade, mas com tantas referências tortas dadas da internet, tenho minhas dúvidas)

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegrama?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.