terça-feira, 5 de maio de 2015

Gratidão e felicidade



Eu tentei não me envolver. Tentei manter a distância que se espera haver entre amigos que se querem bem. Tentei manter a nossa conexão no campo do afeto fraternal, lutando contra a pressão que existe há algum tempo pra mudar de lado. 

Eu tentei!!! Me esforcei pra ver você "só" como o amigo que acolhe, que escuta, que gargalha junto, que nem sempre abraça, mas quando o faz, envolve também a alma. Tentei não me encantar pela visão que vai além do óbvio e pelos olhos que vão além do desejo. Tentei não ir além e manter os sentimentos sob controle. Mas meu coração teimoso e aventureiro não quis ficar no conforto da amizade. Se rebelou e começou a bater mais forte a cada ligação, mensagem, momento compartilhado. Ele induz sonhos acordados, e quase sinto seus abraços, beijos e carícias nas noites solitárias em minha cama vazia. E assim tem sido desde então. 

Ainda bem que a cabeça ainda está no lugar e que também tem poder sobre os sentidos. Traz serenidade, calma e leveza. Posso encarar a realidade, enxergá-la com clareza e compreender que tudo isso não passa de uma projeção minha;  que o amor que insiste em transbordar deve ser guardado até que se transforme novamente...  Assim consigo viver ao seu lado com tranquilidade. 

Apesar dos conflitos internos, sou grata pela relação que construímos, de afeto e amizade. Ela me deixa muito feliz! É como cobertor em dias frios, sombra em dias quentes, sopro de brisa no deserto, chuva de verão. É como um mergulho em cachoeira após horas de caminhada ou um copo de cerveja às 19hs. É amor que acolhe, aconchega, acalma, alivia.  :-)

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Uma reflexão sobre a vida de solteira



A vida de solteira é uma delícia. E não só pela possibilidade de conhecer gente nova, aventurar-se no sexo ou beijar várias bocas. É porque, nesses momentos, não precisamos dividir: a gente se coloca como prioridade em tudo. 

Em tempos de solteiro, fazemos as viagens que queremos, sem precisar negociar roteiros, tempo e companhias. Aproveitamos para ir a lugares que nunca fomos, em esquemas e com pessoas diferentes.  Topamos as coisas com mais facilidade, sem nos preocupar. Acampar, ficar sem banho, visitar lugares estranhos, ver o nascer do sol, aceitar uma oportunidade inesperada pra viajar; tudo é válido. Afinal, basta termos a vontade (e o dinheiro!).

Em tempos de solteiro, não precisamos planejar o final de semana com antecedência. A gente topa um convite de última hora pra sair na sexta, acorda pra correr no sábado, come o que quer, vai ao cinema ou pra balada, chega em casa de manhã, curte preguiça, liga pras pessoas, fica na internet, lê livros e se entedia. Fazemos tudo no nosso tempo e ritmo.

Em tempos de solteiro, somos mais livres para nos relacionarmos. Experimentamos novas situações, conhecemos gente nova, curtimos a paquera, entramos em joguinhos de conquista, ousamos no sexo e ficamos sem ele, quando nos convém. Sem obrigações ou cobranças.

Em tempos de solteiro, gastamos menos. Temos menos compromissos sociais, menos obrigações, menos demandas, menos presentes. Tudo acontece do nosso jeito.

Mas, tenho que admitir: ainda assim, troco tudo isso pelo aconchego dos braços de alguém! Mas alguém por quem valha a pena abrir mão disso tudo, porque relacionar-se exige tanta coisa.... Então, antes só do que num relacionamento que não acrescenta!

Relacionar-se requer ceder, compreender, entender, aprender, reaprender, tolerar, perdoar, exercitar a paciência, respeitar, comunicar. Relacionar-se é verbo; é mais que amor: é amar, com tudo que essa prática demanda. Relacionar-se é escolha! É optar pelo pacote completo; é esforçar-se de um lado e, de outro, receber recompensas como cumplicidade e companheirismo.

Relacionar-se é também crescer junto, compartilhar sorrisos e risadas, dividir tristezas, somar esforços, multiplicar alegrias; é dar as mãos, ceder o ombro e receber o colo, ou vice-versa. É trilhar o mesmo caminho, no mesmo ritmo, ainda que nem sempre juntos. É viver o presente, olhando gentilmente pro futuro...

O grande dilema é conciliar vontades; é "encontrar" alguém que esteja no mesmo "timing".  Alguém que, junto com a gente, esteja disposto a tomar essas decisões, enfrentar consequências e abrir mão do que for necessário. Alguém que olhe nos olhos e diga, de coração, "tamo junto".