domingo, 2 de dezembro de 2012

Refletindo sobre.......





Tem sido dias difíceis. Solitários....

Ficar sozinha, com os próprios pensamentos e sentimentos, pode ser assustador. A gente não sabe a força que tem nossa imaginação, nossos desejos, nossas ideias. Sufocamos eles no dia-a-dia, mudando o foco para as obrigações, para as responsabilidades, lazer, pessoas, redes sociais, smartphones.. Interferências acontecem o tempo todo e dificilmente estamos de fato... sós. Quando nos deparamos com nós mesmos, nus, despidos de papéis sociais ou de máscaras, longe de expectativas ou dos olhares alheios.... é diferente.

Ainda não tinha percebido isso. Vindo pra uma cidade desconhecida, morar sozinha, me mostrou o quanto sempre fui cercada de pessoas, coisas, prazeres, lazeres e até futilidades que, ainda que me tenham me deixado feliz e extasiada em grande parte das vezes, me fizeram esquecer o que é estar comigo mesma; o que é pensar sem interferências, ouvir o silêncio por horas, celebrar o ócio; escutar e sentir o próprio coração pulsar (entender por quem e por que ele pulsa), deixar a imaginação ir aos lugares mais proibidos ou gostosos.

Repito: tem sido dias solitários e difíceis, mas muito prazerosos.... Uma descoberta a cada dia... uma descoberta de mim mesma, dos meus limites, das minhas capacidades e potencialidades.

Assumo a liberdade de viver plenamente. Junto com ela, os riscos. A liberdade é como o amor: fascina e assusta ao mesmo tempo. Me delicio em suas asas, mas ainda há o medo de me perder. Liberdade... viva-a plenamente e perceberá o quanto a independência é uma ilusão: somos dependentes de tudo: de pessoas, de coisas, de emoções. De compartilhar o que pensamos e o que sentimos com as pessoas queridas. De ler um livro, escutar uma músicas, ver fotografias antigas. Cultivar uma saudade, um desejo, uma alegria e até uma tristeza....

Isso me fez lembrar de um filme: Into the wild. Quem assistir vai entender o porquê.

Seres humanos e suas contradições. Quer coisa mais fascinante?