domingo, 2 de agosto de 2015

Mergulho profundo na Chapada dos Veadeiros




Às vezes, é preciso voltar para si mesmo. Viver os momentos de introspecção e arrumar a nossa própria casa, morada dos pensamentos e sentimentos. Jogar fora o que já não serve mais, renovar, reciclar. 

Quando chega a hora, é preciso respeitar as demandas da própria subjetividade e mergulhar em si mesmo. Nadar por águas inexploradas,  nos lençóis freáticos do nosso ser, onde a luz não chega. E isso requer coragem, porque vemos coisas que não gostaríamos, encaramos defeitos, erros, desvios de conduta. Ficamos frente a frente com o que há de melhor e pior dentro de nós mesmos para reconhecer que somos... humanos.

Alguns lugares favorecem esses momentos; se nos abrirmos para as possibilidades, eles têm a capacidade de permitir que o mergulho seja mais profundo. Criam uma ambiência equilibrada de pouco ruído, menos interferências externas. 

Foi assim na Chapada dos Veadeiros: em meia à natureza exuberante, rochas e cachoeiras, mergulhei em mim mesma para analisar um turbilhão de emoções boas e ruins que remexiam por dentro, fruto dos acontecimentos dos últimos tempos. Precisava entender sentimentos e pensamentos que guiavam minhas ações e reações. 

Pela primeira vez em meses, olhei de frente a tristeza que tomava conta de mim. Deixei que ela aflorasse, ao invés de somente entendê-la ou justificá-la como fruto de circunstâncias objetivas. Assim, pude compreender os efeitos dela em minha vida, em seus diversos aspectos, sem que a razão gritasse seus argumentos.

A verdade é que ser capaz de processar a realidade não reduz o sofrimento, a tristeza. E entendi que preciso dar voz aos meus sentimentos, ao invés de tentar controlá-los ou oprimi-los. É mais fácil lidar com o que está explícito; então, deixar aflorar as emoções de forma sincera é a melhor forma de lidar com elas.  

Aproveitei os dias na Chapada para refletir, chorar e sentir com as entranhas, até ficar esgotada. Então, entrar nas águas de uma cachoeira fria e lavar a alma, renovar-me. Pude me libertar das minhas próprias prisões emocionais.



A forma positiva de encarar a vida

Essas reflexões sinceras também trouxeram para minha mente e coração uma dose de realidade e pude entender melhor como as coisas são de fato, sem as ilusões, que causam tanta frustração e desgaste emocional. Trouxeram leveza e serenidade para encarar o real de forma tranquila, reconhecendo e respeitando minhas limitações e também das pessoas ao meu redor. Assim, despida das expectativas e das idealizações, reconhecendo que bom e mal são lados da mesma moeda, vejo tudo com olhos brandos e amáveis. Ninguém é perfeito,  eu também não sou e nem preciso querer ser.

E, apesar dos pesares, vejo que tenho uma forma positiva de encarar a vida suas experiências, boas ou ruins. No final das contas, tudo é aprendizado, evolução. Cada vivência ajuda a nos construir e a nos polir, para sermos pessoas melhores a cada dia, basta estarmos abertos a isso. E eu estou.




A Chapada dos Veadeiros teve o poder de me tocar profundamente, deixar boas impressões na alma e renovar o sorriso no rosto!

4 comentários:

  1. Parabéns! fotos lindas e grande relato!!!!

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  2. Nossa, que texto lindo!! Amei. Fiquei emocionada. Chapada eh assim. Tmb sinto isso. Um abraço,Lu

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  3. Nossa, que texto lindo!! Amei. Fiquei emocionada. Chapada eh assim. Tmb sinto isso. Um abraço,Lu

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