terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Mulheres modernas


A executiva saiu do escritório, encontrou seu colega no ponto de ônibus e caía a maior chuva. Ela parou o carro e perguntou:

- Você quer uma carona?
- Claro... respondeu ele, entrando no carro.

Chegando ao edifício onde ele morava, ela parou o carro para que ele saísse e ele a convidou para entrar no seu apartamento.

- Não quer tomar um cafezinho, um whisky, ou alguma coisa?
- Não, obrigada, tenho que ir para casa.
- Imagine, você foi tão gentil comigo, vamos entrar só um pouquinho.
 Ela subiu, atendendo ao pedido do colega. 

Ao chegarem no apartamento, ela tomava seu drink enquanto ele foi para o quarto e voltou todo gostoso e perfumado. Depois de alguns gorós, quem pode agüentar? Ela caiu na tentação. Transou com o colega e acabou adormecendo. Por volta das 4:00hs da manhã, ela acordou, olhou no relógio e levou o maior susto. Aí pensou um pouco e disse ao colega:

- Você me empresta um pedaço de giz?

Ele entregou-lhe o giz, ela pegou, colocou atrás da orelha e foi pra casa. Lá chegando, encontrou o marido louco de raiva e foi logo contando...

- Amor, quando saí do trabalho dei carona para o meu colega, depois que chegamos no prédio onde ele mora, ele me convidou para subir e me ofereceu um drink, em seguida, ele foi para o banho e retornou com uma cueca transparente, muito linda e após vários goles acabamos indo para a cama e
transamos, aí dormi e acordei agora há pouco...

O marido deu um berro e falou:

- Sua mentirosa sem vergonha, estava no bar de novo jogando sinuca com aquele bando de vagabundas que você chama de amigas. Nem sabe mentir direito, até esqueceu o giz aí atrás da orelha...

Bar ruim é lindo, bicho!

Por: Antonio Prata


Este texto foi tirado do blog "Meio intelectual, meio de esquerda". Muito bom.



Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem).

No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda.

A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.

Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó.

Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.

Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz. 

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais porque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo.

Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?).

- Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Filosofês

"O que você faz no domingo? Consegue deixar a brisa levar ou precisa de uma intensa programação para o bom aproveitamento do seu lazer? Dá tempo de olhar em volta, sentir, ouvir, perceber o que se passa com as pessoas a que quer bem? E olhar para si, fazendo aquela faxina interna, dá? Porque a gente veio aqui para evoluir e encontrar a paz, mas será que é possível com tanto ruído ao redor? Sonho de rico é praia deserta, luz de lampião e rede com vista pro mar, ou seja, a vida do pescador. (...)

Estamos tristes, e se não cuidarmos agora do agora o futuro não vai existir".

Maitê Proença - Uma vida inventada.

Tristeza

Uma tristeza assim, de vez em quando, é fundamental. Bom pra valorizar as alegrias, para olhar pra dentro e enxergar o que está incomodando. Bom para rever princípios e decisões, para mudar o rumo se preciso for, ajustar pensamentos. Bom para chorar e para ter a sensação de vida e sensibilidade; me sinto viva quando estou triste.

Tristeza fortalece, apura os sentidos, desenvolve a delicadeza. 


"É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza..."

Há tempos

"Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira..."

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pessoas.


"Ninguém é tão feio como na identidade, tão bonito como no Orkut, tão feliz quanto no Facebook, tão simpático como no Twitter, tão ausente como no skype, tão ocupado como no MSN e nem tão bom quanto no Curriculum Vitae." (copiado da Kátia, que copiou da Fatinha, que copiou do Wander).

Vendo o mundo com outros olhos.

Let it go


Perder o rumo, as estribeiras, o trem. Perder a chance, a prova, a caneta, alguém.
Perder a linha, a hora, o chão. Perder a festa, a dança, o show, o coração.
Perder a viagem, o celular, um amigo, a saúde, os dentes, a barriga.
Perder a chave, a chuva, a xepa, a coerência, alguns anos, a casa, a medida.
Perder a razão, a cabeça, os parafusos, uma peça, as coisas, a liberdade.
Perder um cliente, dinheiro, oportunidades, a piada, a juventude, a sanidade.

Tanta coisa se perde na vida. Mas uma me dói mais em algumas quartas-feiras.

thais wadhy

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Machismo

Achei esse texto fantástico no blog "Ruminando Ideias". Foi (muito bem) escrito por Thiago Beleza. Vale a pena ler!



A maior parte dos homens que comentam em blogs feministas argumentam que sentem-se oprimidos e ofendidos, que nem todos os homens são tarados-estupradores-machistas-agressores-homicidas. Também dizem que tudo o que as feministas querem é instalar uma ditadura das mulheres e, dessa forma, colocar em prática sua vingança maléfica. Pura critividade masculina.

Ocorre que nós homens nascemos e fomos criados em uma sociedade machista. E nossa masculinidade é fragil bagarai (isso é sério, por isso homens não demonstram carinho uns pelos outros. Um simples beijo no rosto acabaria com a nossa masculinidade). O discurso feminista, articulado e cheio de exemplos, coloca todo nosso mundo másculo em pedaços. O processo de aceitação é complexo. Tudo aquilo que acreditávamos ser normal (por pura conveniência, claro) passa a ser a coisa mais terrível do mundo. A primeira reação é a negação. Depois vem a vergonha. Em seguida passamos a nos defender (sem muitos argumentos sólidos, óbviamente). Depois vem a raiva e então descambamos para o ataque ao movimento feminista e todas as suas bandeiras. Homens, acreditem-me, nada mais patético.

Entendam uma coisa: o feminismo não é sobre os homens. Simples assim… Agora, recolha seu ego despedaçado e aceite: O feminismo é sobre as mulheres e como elas reagem em uma sociedade controlada por homens.

Mulheres sempre estiveram as márgens da história da humanidade, e acredite, não é culpa delas. O feminismo é um movimento (por favor, queridas, corrijam-me se eu estiver errado) que serve para que as mulheres reafirmem sua identidade de gênero em uma sociedade  que vê a mulher como enfeite.

Aceitem também que, não é o feminismo que oprime os homens, é o machismo. É o machismo que é o problema e não o feminismo. A construção que exige de nós uma atitude de macho-alfa é a mesma que exige que as mulheres assumam seu papel de coadjuvantes em nossa história. É o machismo que afirma que homens tem que ser machos, másculos, fortes, garanhões inseminadores, que devem trepar por horas a fio sem cansar. É o machismo que sufoca a sexualidade, ditando o que devemos ou não fazer na cama ou com quem (e com quant@s) devemos nos deitar. Repito, é o machismo que oprime a todos nós. A estrutura patriarcal da sociedade fode a vida de todo mundo (seja lá qual for seu gênero ou orientação sexual). Portanto, queridos homens, a nós, cabe o papel de ouvir o que elas tem a dizer. O feminismo não quer homens submissos. O feminismo luta pelo fim do machismo (esse mesmo, que nasce conosco e que é tão natural que nem percebemos) e quer o fim das diferenças entre gêneros. Quer que todos sejam respeitados por serem humanos.

Portanto, caro macho, antes de agredir o movimento feminista, entenda que você está atacando o inimigo errado. Nós homens devíamos lutar contra o machismo. Esse é o assunto que diz respeito a nós e é ele que deveríamos estar discutindo e não a validade dos argumentos feministas. Antes de olhar para elas e dizer que elas estão erradas, devíamos olhar para nós e avaliar o nosso comportamento. Avaliar como nos comportamos em relação as mulheres. Comece aos poucos, avaliando como se comporta com sua mãe, com suas irmãs. Observe se elas recebem o mesmo tratamento que você ou se tem as mesmas vantagens. Depois comece a observar como você tratou suas últimas namoradas. Como você trata as mulheres desconhecidas. O machismo é uma doença social, não individual. Sentir-se oprimido pela sociedade, cara, não é vergonhoso e se você não começar a reconhecer seus privilégios por ser homem, pouca coisa vai mudar, pra você, para as mulheres, para os gays.

As feministas tem muito a nos ensinar, meu velho. Não banque o macho estúpido (e eu sei que é estupidez porque eu já fui assim) repetindo os clichês que elas estão cansadas de ouvir. Se você não se enquadra no perfil que elas denunciam o tempo todo e se incomoda com o que elas dizem, o problema não está nelas, está em nós. Mas ao fazer isso, assuma uma postura menos arrogante.

Admita suas falhas, sua ignorância sobre o assunto e eu não conheço nenhuma feminista que vá perder as estribeiras com você.

Evite também dizer que o feminismo não faz mais sentido de ser, essa é a pior coisa a se fazer. Mulheres são mortas todos os dias por conta do machismo e isso não é uma brincadeira. Ainda culpamos as vítimas de estupro pelo próprio estupro. Ainda dizemos às mulheres violentadas que elas se comportaram mal e mereceram isto. Ainda tratamos nossas irmãs e mães como se fossem nossas empregadas. Ainda AJUDAMOS as nossas companheiras nas tarefas domésticas. Ainda tratamos homossexualidade como desvio de conduta.

Lembre-se sempre, nós não somos oprimidos pelo feminismo, cara. É o machismo que fode com tudo. E o machismo, goste você ou não, é um problema masculino.


Família.

Estou sem paciência com minha mãe ultimamente....    tudo o que ela fala sobre relações, relacionamentos e sexualidade, me irrita. Apesar de não concordar com sua visão sobre a vida e esses assuntos (muitas vezes atrasada ou arcaica, outras vezes tradicionalista demais pro meu gosto), geralmente tenho paciência e tolerância (é preciso lidar com as diferenças)... mas não agora! Será que bateu um "revival" do Complexo de Édipo?