segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Time to move on



Foi uma semana subjetivamente desgastante, de circunstâncias delicadas, que demandam força emocional. Misturas de sentimentos, pensamentos confusos. Enquanto preparo a salada com uma enorme variedade de ingredientes, penso que é exatamente assim se encontram minhas emoções: misturadas; pedaços doces, ácidos, insossos, picantes. Salada de emoções. Uma lágrima escorre pelos olhos.

Fico pensando em como é difícil fazer escolhas quando estas envolvem os sentimentos. Sei o que fazer, qual a melhor saída e por que; mas me nego a decidir. E sei o motivo: a dificuldade está em "abrir mão", em deixar para trás um pedaço de mim, ainda que não me faça tão bem. Afinal, por mais que concorde e entenda as razões, não há como negar que os sentimentos são vivos e reais e, exatamente por isso, se mostram tão fortes e presentes. E assim como todas as coisas da vida, eles nunca são de todo ruins - ou bons. Então, por mais que tragam alguma angústia, trazem também alegrias plenas e verdadeiras... ainda que momentâneas. E exatamente por isso é tão doído abandoná-los. Deixamos pra trás uma felicidade genuína.




Mas não quero parecer tola. Não quero viver de ilusões ou mesmo de pequenas doses de coisas boas. Não quero metade, quero por inteiro, pacote completo! Aceito até mesmo as tristezas, se vierem acompanhadas do riso despretensioso, do olhar sincero, dos afetos e carinhos.  

Meus 33 anos e todas as experiências advindas deles me ensinaram muita coisa; uma delas, é que o coração não é inteligente o suficiente para tomar decisões sozinho, pois lhe falta lucidez e discernimento. Pra isso serve o cérebro... para ponderar, avaliar, trazer elementos novos e uma visão diferente para que possa tomar decisões equilibradas e proporcionais. 

Assim, escrevo entristecida, mas sei que hoje razão e emoção chegaram num consenso: é preciso desapegar. Desapegar daquilo que "poderia ter sido", do que foi e já não é mais, das migalhas de sentimentos que restaram, bons ou ruins. É hora de fechar o ciclo, seguir em frente, movimentar-me e abrir espaço para o novo entrar. Sem peso, sem rancor, sem medo; apenas com a alegria ingênua de quem nunca se machucou. 





quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Mais um ciclo que se inicia



Confesso que sempre desconfiei do jargão "ano novo, vida nova"; tinha até um pouco de preguiça. Afinal, a vida nunca será diferente somente por uma data no calendário.  Ela não é cronológica! Por que então as pessoas acreditam que vão dormir em 31/12 e acordar renovadas em 1/1?

Até que entendi que Réveillon não é só isso. Não se trata de contagem do tempo, e sim de estado de espírito, de sentimento. Toda a fé, a esperança, a reflexão e a vontade de ser melhor (ou de ter um ano melhor) que envolvem as pessoas nessa época do ano induzem a mudanças, que começam com pequenas atitudes e acabam levando a grandes transformações.

As viagens que a gente faz, as pessoas que a gente conhece, o que fazemos, conhecemos e aprendemos nesse período interferem diretamente na nossa visão de mundo e da existência; essas coisas são sim capazes de transformar a passagem de um dia em um novo ano!

Tive uma experiência incrível nesse final de ano, e me sinto renovada. Depois de alguns dias de água salgada (mar, suor e lágrimas), experiências enriquecedoras e convivência com gente de bem, meu ano começou diferente - para melhor.

Ao universo, minha gratidão. Valeu!

FELIZ 2015!


sábado, 20 de dezembro de 2014

Olhe-se no espelho

"Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois da coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face. Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar. Olhe-se no espelho…" (Lya Luft)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Resignificar

Silêncio e reclusão são, muitas vezes, fundamentais. Só assim entramos em contato com nosso íntimo para então, repensar e resignificar a nossa vida, nossos sonhos e desejos.

Mas tão importante quanto entrar no casulo e renovar-se, é sair dele para ser borboleta. Pulsar diante do desejo, ter forças para mudar, ser outra pessoa e seguir outros caminhos. Desapegar e saber perder também fazem parte do processo, porque para cada escolha, há uma renúncia! Então... coragem!

"Choramos a perda de outras pessoas. Mas vamos chorar também a perda de nós mesmos - das antigas definições das quais nossa imagem dependia. Os fatos da nossa história pessoal nos redefinem. O modo pelo qual os outros nos veêm nos redefinem. E em vários pontos de nossa vida teremos de abandonar a auto imagem antiga para seguir em frente."


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Hello, vida



Hoje estive pensando, refletindo sobre minhas atitudes, escolhas e sentimentos. O mundo dá tantas voltas! Ainda bem que estou atenta para perceber o seu movimento.

Não tenho a pretensão de ser o centro do universo, mas com certeza estou no centro da minha existência e quero perceber meu lugar aqui. Ter consciência de qual lugar ocupo no planeta e na vida das pessoas.

Ah, as pessoas....  sou tão grata por ter gente tão especial perto de mim! Grata por convivências que me ajudam a enxergar a vida sob perspectivas diferentes e, consequentemente, a ampliar o meu olhar sobre o mundo e sobre mim mesma. Grata quando construo laços de afeto e amizade que valem a pena. Grata pelas experiências de exercício pleno da liberdade em suas diversas esferas: sexual, emocional, racional, as quais me ajudam a crescer e evoluir.

Energias, movimentos, idéias, é bom demais dividi-los! São experiências como essas que dão sentido à vida e a fazem ser plena. “Ver o mundo. Encontrar o outro. Sentir. Esse é o propósito da vida”. Nas palavras de Alexander Supertramp (Into the Wild): “happiness is only real when shared”. É sempre bom compartilhar vivências que “somam” e “acrescentam”, independente da forma (de amor, de amizade ou qualquer outra coisa). Isso me ajuda a perceber de forma ainda mais clara que realmente não é possível viver numa caixa, por maior que ela seja. Preciso de mais: de tudo o que o mundo pode oferecer.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Física da Procura



“No final, eu acabei acreditando em uma coisa que eu chamo de 'física da procura'. A força 'in natura' governada por leis tão verdadeiras quanto às leis da gravidade. A regra da física da procura é mais ou menos assim:

'Se você for corajoso o bastante para deixar tudo para trás que é familiar e cômodo, que pode ser qualquer coisa desde a sua casa até a amargura de antigos ressentimentos, e planejar uma viagem de busca verdadeira tanto externa quanto interna... E se você estiver realmente disposto a considerar tudo o que acontecer com você nessa viagem como uma pista... E se você aceitar todos os que encontrar ao longo desse caminho como professores... E se estiver preparado acima de tudo a enfrentar e perdoar algumas realidades bem difíceis sobre si mesmo... A verdade não será negada a você.'"

(Liz Gilbert)

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Coragem


CORAGEM!



"Mais vale errar, se arrebentando, do que poupar-se para nada. 
O único clamor da vida é por mais vida, bem vivida."

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Vai ser livre!

Vai sem direção, vai ser livre
A tristeza não, não resiste
Solte seus cabelos ao vento, não olhe pra trás
Ouça o barulhinho que o tempo no seu peito faz...
Faça sua dor dançar,
Atenção para escutar esse movimento que trás paz
Cada folha que cair, cada nuvem que passar
Ouve a terra respirar pelas portas e janelas das casas
Atenção para escutar o que você quer saber de verdade!


quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Tudo passa

Uma vez li um texto que dizia:

"O amor é doce, mas quando ele se vai  (...) não existe sabor mais amargo ou dor mais profunda. Parece que nunca vai passar, que a dor nunca cessa. Até que a gente aprende que tudo faz parte de um ciclo."

Entender essas fases da vida talvez faça com que a angústia fique mais suportável; ou então que fiquemos mais fortes por causa do tal "impulso vital", que Caio Fernando Abreu descreveu: "Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca"."






A questão é que não importa o qual conscientes estamos sobre o ciclo do fim de uma relação: temos que lidar com todas as etapas, do começo ao fim. Juntar os cacos do coração, aceitar a dor, lidar com a tristeza, recompor-se.

Diria que a primeira etapa é aquela das insônias, em que a gente passa o filme da relação e dos diálogos na cabeça, procurando erros e acertos. Ficamos com raiva, nos sentimos culpados... pouca coisa faz sentido. Cansados, passamos para a fase dos sonos pesados, que acordamos ainda com a sensação de não termos dormido nada.

Cafés amargos para acordar e enfrentar o dia, ou uma corrida matinal para ativar as endorfinas. Trabalho, muito trabalho. Aí a gente chega em casa e bate o vazio, a saudade, a raiva e a vontade de ligar... de perguntar se a pessoa já tem alguém. "Tenho certeza que sim", pensamos. Dói.

Tem a etapa de introspecção: lemos livros, escutamos música, queremos ficar e ficamos mais sozinhos. Sair e conhecer pessoas é a última coisa que queremos fazer, porque ninguém parece ser tão interessante, ninguém parece mexer com a gente da mesma forma. Até que a gente se rende (por "impulso vital" ou por pressão) e começa a sair com os amigos, conhecer pessoas, compartilhar sorrisos. Não é que faz bem?

É durante esses momentos que entendemos melhor o sentido de "nada como um dia após o outro", principalmente se esses dias forem cheios de vida e cheios daquilo que nos faz bem. A dor começa a ficar menor. E, aos poucos, a gente vai se permitindo. Até que a gente começa a entender a relação como parte do passado. E nos libertamos, enfim.

Não há como fugir da dor; ela é inevitável. Não há como não sentir angústia ou tristeza, a não ser que não tenha amado de fato. Tudo isso faz parte. Enfrentar essas etapas nos permite ficar inteiros novamente para começar de novo, para acreditar de novo. E se fosse pra dar um conselho, diria: concentre-se em si mesmo. Construa-se, compreenda-se, faça as coisas que enchem seu coração de alegria. Se não sabe o que te alegra, olhe pra dentro e procure se conhecer melhor. Isso é um poderoso remédio. Ah, e atividades físicas. Se as pessoas soubessem o poder que elas têm de nos deixar melhor, mais confiantes e felizes......

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Com amor....

Querido D.,

Tenho pensado em você mais do que o habitual. Quantas saudades sinto de nós dois! Sinto falta do seu carinho, da sua amizade, do seu companheirismo, do seu humor duvidoso, do jeito que me toca. De seus cheiros e sabores. Sinto falta do que eu sou quando estou ao seu lado, do nosso estilo de vida, das coisas simples da vida - que fazem muito mais sentido pra gente.

Longe de você me sinto metade. Não me entenda mal, não sou dependente emocionalmente e nem espero que você me complete. Você me conhece bem e sabe que sou mulher forte, inteira, resolvida e independente. Mas o que acontece é algo um tanto quanto complicado: longe de você não sou tão eu e nem tão cheia de mim. Falta preencher aquele cantinho reservado para as emoções mais puras e autênticas.

Longe de você a vida é agradável, mas não é plena. Falta sentir a alegria quase sufocante que transborda de mim em sorrisos e brincadeiras; a vontade de crescer, evoluir e ser sempre uma pessoa melhor. Olha, isso é muito importante: com você, sou uma pessoa melhor, sou o melhor que posso ser, ainda que não seja perfeita. E, apesar das brigas eventuais e das desavenças, com você tudo é mais gostoso. "As coisas lindas são mais lindas quando você está...".

Às vezes me questiono: é normal sentir isso? Vou sentir isso novamente por outra pessoa? Poxa... se isso for único e especial (!!!), é doloroso pensar que deixei passar; que deixei você passar. Afinal, qual o sentido da vida se não for compartilhar com quem se ama as pequenas doses diárias de alegria, os momentos de leveza e plenitude, as risadas e as filosofias "de boteco"? Sou amante das coisas simples da vida.... e isso tenho com você. É assim que me sinto realizada e feliz!

Uma vez ou outra penso que a vida é injusta. Mas depois varro esse pensamento da cabeça, porque detesto me fazer de vítima. Então concluo: injustos somos nós.... somos injustos com a gente mesmo, com os outros, com a vida. Muitas vezes boicotamos a nossa própria felicidade, você não acha? Tudo em nome da razão....  (uma razão burra, diga-se de passagem).

D., sinto sua falta. "Cadê você? Que solidão... Esquecera de mim?".

Com amor,

Sua Gatinha.