segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Travessia transformadora


No final do ano passado, resolvi fazer - junto com uma pessoa muito querida - um passeio diferente para aproveitar o recesso. Depois de algumas pesquisas via web e conversas, decidimos fazer a famosa travessia Lapinha da Serra - Tabuleiro, em Minas Gerais.

Para quem não conhece, Lapinha da Serra é um pequeno distrito que fica ali na região da Serra do Cipó. Um arraialzinho de menos de 1000 pessoas e lindas paisagens. Sempre tive vontade de conhecer Lapinha (assim como tenho vontade de conhecer milhares de outros lugares), mas nunca tinha tido a oportunidade. Então, isso tornou o passeio ainda mais excitante.

A Serra do Espinhaço vista de Lapinha.


Tabuleiro é um distrito de Conceição do Mato Dentro, que conheci de fato em novembro do ano passado. Um lugar sensacional que mexeu tanto comigo que resolvi colocar a foto da cachoeira como capa do blog.

 
Poço do Val - Tabuleiro

Vou contar um pouco sobre a aventura!

Tudo começou em Belo Horizonte, no dia 26 de dezembro. Apesar das fortes chuvas e da previsão de tempestade para os dias seguintes, eu e Douglas resolvemos pegar o boi pelo chifre e embarcar no ônibus para Santana do Riacho. Isso porque não há ônibus para Lapinha, é preciso parar lá para depois seguir viagem.

Igreja - Santana do Riacho

Descando pós almoço na pracinha.


Quando descemos do ônibus em Santana, mais dois "bichos-do-mato" também desceram com suas mochilas. Então, fizemos amizade e eles se juntaram à gente, pois o destino era o mesmo. E nós quatro, apesar do peso da mochila e do sol quente (contrariando previsões), decidimos enfrentar os 13km e ir à pé para Lapinha. Era o "ensaio geral" para a travessia que estava por vir!

Pausa para descanso!

Um pouco depois do meio do caminho, uma boa alma resolveu nos dar carona de uma maneira bem inusitada! Foi uam carona super bem vinda, pois o sol estava castigando. Além disso, era preciso poupar forças para a travessia!


Carona no caminhão de brita!



Chegamos em Lapinha por volta de 15:30hs! Ainda dava tempo de armar a barraca e curtir as cachoeiras da região. Afinal, um mergulho era mais que merecido!


Delicia de poço!


A travessia começaria no dia seguinte. Então, aproveitamos para fazer uma refeição reforçada (na Confraria, um barzinho delícia que tem na cidade) e descansar. Fomos pro camping e os planos era dormir bem cedo. Só não contávamos com a tempestade que caiu sobre Lapinha naquela noite! Vento, relâmpagos e trovoadas de dar medo. A barraca inundou! Mas ainda bem que toda a água caiu apenas de noite, então Lapinha amanheceu assim, alagada mas ensolarada:








O primeiro dia de viagem foi o mais punk. Já sabia disso, só não sabia que seria tanto! Caminhar com mochila nas costas é outra história, ainda mais em subidas e descidas. Logo na saída do arraial, é preciso subir a íngreme subida  até o Pico da Lapinha. Seria mais fácil se não tivesse o peso nas costas...


Subindo a trilha rumo ao Pico da Lapinha





Horas de caminhada e ainda não tinha acabado até chegar no Pico da Lapinha! A subida até o topo é opcional (a trilha continua sem passar pelo topo), mas vale a pena deixar a mochila na base da montanha e subir pra dar uma espiada. A vista é essa:



Vista do Pico da Lapinha


Passada essa etapa, era hora de caminhar até o Pico do Breu e depois subir o pico. Dá pra fazer uma trilha sem subir e descer o Pico do Breu, mas a turma era "casca grossa" e resolvemos fazer a caminhada "nível avançado".





 São quase 1.700m de altitude, e a caminhada é punk. Pra vocês terem uma idéia, é esse pico aqui:



Pra deixar tudo mais emocionante, uma chuva forte caiu quando chegamos ao pico! Deu um medo danado de sermos atingidos por um raio.

Além do frio por causa da água gelada, descer o pico pelo outro lado ficou mais escorregadio e mais difícil. Já eram quase 18hs e era preciso chegar ao local do acampamento antes de escurecer para armar as barracas e comer algo. Por causa da pressão do tempo e da condição climática desfavorável, ninguém se atentou para tirar fotos lá do alto. Mas a vista é sensacional, com 360graus de paisagens a perder de vista.

Apesar da pressão e da dificuldade, conseguimos chegar à Prainha antes do sol se por. "Mortos", mas vivos! ;-)  

Estamos sem registros da Prainha, então pegamos fotos na web!
Prainha

Quando chegamos lá, encontramos o Justino, um "amigo" que conhecia de nome. Na verdade, amigo de uma amiga, que estava fazendo a travessia com ela e mais duas pessoas. Tínhamos planejado nos encontrar em Lapinha para seguirmos juntos, mas nos desencontramos, porque em Lapinha não pega celular. Por um lado, foi bom não ter encontrado com eles, pois o grupo dele fez a travessia sem passar pelo Pico do Breu. Mas foi ótimo encontrarmos com ele na Prainha, porque tivemos a certeza de estarmos no caminho certo! Deu mais segurança, porque por toda a rota fomos confiando no GPS.

Justino estava acampado com a Patrícia, a Raquel e o Thiago na casa da Dona Ana Benta, que é o ponto onde as pessoas param para acampar, tomar banho quente e comer. A casa fica a 2km da Prainha. Mas ele nos avisou que a casa estava vazia, então resolvemos acampar ali mesmo.  Banho no rio gelado, comida e, depois, "cama"! Ou melhor, saco de dormir e barraca!

Combinamos de encontrar com Justino no Curral de Pedra no dia seguinte. O destino do segundo dia era a casa da Dona Maria e do Seu Zé. Uma caminhada mais leve: aproximadamente 8km.  A idéia era deixar as mochilas nesse local e explorar a parte alta da Cachoeira de Tabuleiro, a 6km de distância de lá; depois, voltar mais 6km para comer a famosa comidinha do Seu Zé e acampar por lá, com direito a banho quente e banana do pé.



O "quarteto" de juntou ao grupo do Justino no dia seguinte e seguimos até a casa da Dona Maria. Chegamos lá na hora do almoço.




Barracas armadas e era hora de seguir para Tabuleiro! Uma caminhada confusa, mas agradável pelos campos rupestres até chegar ao destino: a parte alta de Tabuleiro. Sem mochila, tudo ficou mais fácil. Mas ainda assim, é preciso ter energia pra seguir!

Mirante da Cachoeira do Tabuleiro (parte alta)



Fiquei emocionada quando cheguei ao topo da Cachoeira de Tabuleiro. É a coisa mais linda do mundo, uma energia inexplicável. Pena que não deu pra chegar na queda, porque o rio estava cheio demais.

Depois de alguns mergulhos e contemplação ali no Mirante, era hora de voltar para o ponto de pouso. Comer e descansar para a caminhada do dia seguinte.

Casa da Dona Maria de do Seu Zé.

Mal amanheceu e todos nós começamos a nos preparar para a caminhada do terceiro dia.

Amanhecer na casa da Dona Maria e do Seu Zé.

Amanhecer na casa da Dona Maria e do Seu Zé.

Nesse ponto, o grande grupo se separou e o quarteto inicial voltou a trilhar junto, rumo à parte baixa do Tabuleiro. Justino e sua turma foram para Três Barras. Nosso roteiro era outro: chegar até a portaria do parque, deixar as mochilas e ir até a parte baixa da Cachoeira do Tabuleiro. E olha a vista do percurso!








Um pouco antes de meio dia, chegamos à sede do parque. Deixamos a mochila e de lá, a aventura continuou pela trilha até a parte baixa de Tabuleiro! Por pouco, não pudemos visitar a parte baixa de Tabuleiro: por causa das chuvas, o rio estava cheio e havia risco de tromba d'água. E, para quem não sabe, a caminhada para chegar até a cachoeira é pelo leito do rio, um cânion que enche facilmente quando chove.

Mas deu tudo certo! E, depois do esforço, a recompensa!

Tabuleiro - parte baixa

Tabuleiro - parte baixa.

E assim terminou a nossa aventura de fim de ano. Da cachoeira, seguimos para o arraial e fomos ter o merecido descanso no EcoHostel local. No dia seguinte, embarcamos no ônibus para Conceição do Mato Dentro e, de lá, cada dupla seguiu seu rumo!

Foram quase 50km de caminhada na Serra do Espinhaço e pelos campos rupestres! Rimos muito, ficamos encabulados com as paisagens, sentimos medo e nos transformamos durante o percurso, cada um à sua maneira. Foi um passeio sensacional que deixou muitas histórias pra contar. Saldo positivo do recesso de fim de ano!



Foi incrível!



terça-feira, 26 de novembro de 2013

Mimimi nas redes sociais.

As pessoas andam reclamando demais nas redes sociais. Indiretas, lições de moral, auto-ajuda e mais uma tanto de mimimi que enche o saco. O Instagram, que é um aplicativo para postar imagens, está ganhando do Facebook no quesito "frases feitas". Quando não é na legenda das fotos (hahaha tipo: a pessoa quer postar uma foto de si mesma, mas aí disfarça com uma frase "impactante" ou "filosófica", pra não ficar narcisista demais), a própria imagem é uma frase.

Enfim... a rede social é sua, você faz dela o que quiser. Mas....  quem sabe você não muda de idéia depois das considerações abaixo?

  1. "Não posso confiar em ninguém", e suas variações. Tem uma avalanche de pessoas postando suas decepções e desventuras. Fica a dica: o mundo está cheio de gente bacana! Digo por experiência própria: têm pessoas incríveis, confiáveis, honestas, agradáveis e companheiras no meu ciclo de amizades. Gente ruim existe e sempre existiu em todos os lugares. Então, não acha que é você quem está escolhendo mal não? Geralmente, as pessoas dão todos os indícios pra gente de quem elas são, talvez você não esteja vendo os sinais. Um exemplo? Se a pessoa fala mal dos outros pra você.... há grandes chances de ela falar mal de você pros outros também, não acha?  E outra: já se perguntou o que faz você se aproximar de uma pessoa? 
  2. "A culpa é do governo", e suas variações. Militantes, revoltados ou intelectuais de araque, que encontram frases feitas por aí e compartilham sem ao menos entender o que significam.  Entender e participar da vida política do país é dever de todo cidadão; eu acho que as pessoas deveriam se envolver mais. Mas não é o que acontece. Em grande partes das vezes, elas lêem as manchetes sem nenhum senso crítico e reproduzem ideologias sem se questionar. Simplesmente compartilham informações sem saber a fonte ou sem refletir sobre elas. O exemplo mais atual é o mensalão. Tem imbecil postando a foto do Joaquim Barbosa com frases do tipo "da próxima vez, não votem no PT". Como se o PSDB, PMDB, PSB e as dezenas de outros partidos que existem por aí fossem exemplos de virtude!!!!!  Sinceramente? Tudo farinha do mesmo saco. E será enquanto não tivermos uma participação ativa e consciente na vida política do país. E não estou falando só de voto.
  3.  Auto-ajuda. PRE-GUI-ÇA. O mané posta altas lições de moral, de vida, de virtude....  como se aquilo servisse pra todo mundo. Na verdade, a pessoa está falando pra si mesma, mas ela acha a constatação tão excepcional que não se contenta em ter aquilo só pra si: tem que compartilhar. Tipo: "vejam, gente... eu penso assim.... fui iluminado... vocês deveriam fazer isso também". Olha, fica a dica: seu egocentrismo é chato. Que tal deixar cada um encontrar seu caminho e suas respostas?
  4. Segredos pra ser feliz, segredos para ter sucesso, etc...  Fala sério!?! Você acha mesmo que tem segredo pra isso? Aliás, se essas dicas dos gurus da felicidade e do sucesso fossem eficazes, o mundo seria perfeito.
  5. Deus e igreja e suas derivações. Guarde pra si sua fé e sua religião. Ninguém é obrigado.

#prontofalei.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Bicho do mato


Bicho do mato. É assim que tenho me sentido nos últimos tempos, período no qual tenho vivenciado experiência incríveis em contato com a natureza e, claro, comigo mesma. O afastamento das tecnologias, do consumismo, das relações comerciais e das expectativas alheias (profissionais ou pessoais), mesmo que por poucos dias, fazem um bem danado pra alma, pro corpo, pro coração. Talvez porque nos colocam em contato com a nossa essência e ao lado de pessoas que compartilham filosofias similares. Ou talvez porque nos afastam da engrenagem do dia-a-dia, da rotina de trabalho, das pressões cotidianas do tempo e do dinheiro.

Não é fácil, mas posso dizer que é  o principal produto dessas experiências é "aprendizado". Aprender a respeitar as pessoas, a natureza, o ritmo de cada um. Aprender a respeitar a si mesmo, conhecer-se melhor, reconhecer limites. Aprender que é preciso pouco para viver bem e menos ainda para ser feliz.

Viva as coisas simples da vida!




quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Realidade




Sob céus de tons laranjas,
onde a brisa soprava fresca,
música saia das bocas dúbias,
embalando sonhos distantes.

Nas divagações sobre a vida,
a leveza se juntou ao amor.
E no conforto acolhedor dos braços
prendeu-se, tranquila, a liberdade.

A cada palavra, um suspiro;
a cada ideia, uma viagem.
No balanço das horas e das falas,
anoiteceu, plena, a felicidade.

Então, perdidas entre o relógio e o tempo,
outras verdades raiaram com a aurora.
Sob tanta luz e claridade,
revelaram outras cores e formas.

Exclamações curvaram-se à dúvida.
! ?

E o que parecia belo,
entre dourado e amarelo,
mostrou-se cruelmente... real.



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Uma vez, fui viajar e não voltei

Retirei esse texto desse blog aqui: http://sigoescrevendo.wordpress.com/2013/08/26/uma-vez-fui-viajar-e-nao-voltei/. Simplesmente porque AMEI.




Uma vez fui viajar e não voltei. Não por rebeldia ou por ter decidido ficar; simplesmente mudei. Cruzei fronteiras que eu nunca imaginaria cruzar. Nem no mapa, nem na vida.

Fui tão longe que olhar para trás não era confortante, era motivador. Conheci o que posso chamar de professores e acessei conhecimentos que nenhum livro poderia me ensinar. Não por serem secretos, mas por serem vivos.

Acrescentei ao dicionário da minha vida novos significados para educação, medo e respeito. Reaprendi o valor de alguns gestos. Como quando criança, a espontaneidade de sorrisos e olhares faz valer a comunicação mais universal que há – a linguagem da alma.

 Fui acolhido por pessoas, famílias, estranhos, bancos e praças. Entre chãos e humanos, ambos podem ser igualmente frios ou restauradores.

Conheci ruas, estações, aeroportos e me orgulho de ter dificuldade em lembrar seus nomes. Minha memória compartilha do meu desejo de querer refrescar-se com novos e velhos ares.

Fiz amigos de verdade. Amigos de estrada não sucumbem ao espaço e nem ao tempo. Amigos de estrada cruzam distâncias; confrontam os anos. São amizades que transpassam verões e invernos com a certeza de novos encontros.

Vivi além da minha imaginação. Contrariei expectativas e acumulei riquezas imateriais. Permiti ao meu corpo e à minha mente experimentar outros estados de vivência e consciência. Redescobri o que me fascina. Senti calores no peito e dei espaço para meu coração acelerar mais do que uma rotina qualquer permitiria.

E quer saber? Conheci outras versões da saudade. Como nós, ela pode ser dura. Mas juro que tem suas fraquezas. Aliás, ela pode ser linda. Com ela, reavaliei meus abraços, dei mais respeito à algumas palavras e me apaixonei ainda mais por meus amigos e minha família.

E ainda tenho muito que aprender. Na verdade, tais experiências apenas me dirigem para uma certeza – que ainda tenho muito lugar para conhecer, pessoas a cruzar e conhecimento para experimentar.

Uma fez fui viajar… e foi a partir deste momento que entendi que qualquer viagem é uma ida sem volta.

(Marcelo Penteado)

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A dignidade do leão

"... Não se consegue fazer de um leão um animal de carga. Um leão tem uma dignidade que nenhum outro animal pode suster; ele não tem qualquer tesouro, qualquer reino; sua dignidade está apenas no seu estilo de ser - destemido, sem medo do desconhecido, pronto para dizer 'não', até mesmo sob o risco de morte." Comentários de Osho sobre o Zarathustra de Nietzche

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A gente muda, o mundo muda


Tenho buscado dar o melhor de mim para as pessoas.
Tenho sido o melhor que posso ser no cotidiano, avançando e evoluindo a cada dia.
Tenho tentado amar incondicionalmente, cuidar das pessoas queridas, praticar o bem.
Procuro dar mais do que receber; ouvir mais do que dizer, aceitar mais do que julgar, viver e valorizar as coisas simples da vida.

A recompensa é que viver tem sido uma deliciosa aventura, repleta de coisas boas e surpreendentes. Receber afeto das pessoas, receber dádivas da vida, receber amor espontâneo.

Não me lembro de ter sido tão feliz. A gente muda, o mundo muda.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Amor brando


Tem gente que é assim: chega devagar, como quem não quer nada. Jeitinho mineiro, come quieto. Come pelas beiradas. Começa com um olhar, um sorriso, uma palavra doce depois de um beijo quente. Chocolate com pimenta. Aos poucos, ganham a gente. Vão invadindo a cabeça em momentos inesperados e ocupando mais espaços no coração. Quando percebemos, o sentimento tomou nova forma, como aquele velho sapato que a gente tanto ama: tão confortável, perfeito pro nosso pé, pra nossa vida; pro nosso estilo. Mesmo desgastado, não conseguimos (ou não queremos!) deixá-lo de lado, porque o amamos desse jeito mesmo.

Gosto do conto da avenca, de Caio Fernando Abreu. Representação metafórica perfeita, que ilustra como os sentimentos podem crescer inesperadamente dentro de nós, principalmente quando é cuidado, cultivado. Achei que em mim você não fosse passar de uma flor de jardim, daquelas que enfeitam e perfumam nossos dias, mas que são temporárias, morrem naturalmente com o fim da estação. Amor fugaz, amor de verão. Mas o que posso fazer se, no terreno fértil do meu coração, o que era capim virou selva e as pequenas sementes de girassol se multiplicaram em campos floridos, a perder de vista?

Rezo para que tanta coisa bonita não se perca, não se queime como mato na seca do inverno, não se embriague nem se inunde de si mesmo, como as enchentes de verão. Que seja leve, doce, suave e colorido como primavera, e que se renove a cada outono. Amor brando.