segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Let it go

Verdade seja dita: eu nunca deixei você doer dentro de mim. Seu espaço imaculado foi preservado a todo custo, pois era puro demais para ter contato com mazelas e enfermidades que você mesmo criou em meu coração. Odiei situações, odiei pessoas, culpei o mundo e a mim mesma, mas você permeneceu intocada, intocável.

Às vezes, penso se ainda é preciso cutucar a ferida e deixá-la sangrar, para sentir toda a dor e frustração que nunca me permiti sentir. Seria essa a melhor forma de purificar o que, em dias frios, ainda lateja? Talvez não; talvez eu preciso de um exercício básico de desapego, de deixar ir. A vida segue, e seguiu; então, pra que olhar tanto pra trás?

Let it go, let it be.




"Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa,
que celebre o canto da amizade profunda, que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa."

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Love and relationship

"That's what we do, we fight! You tell me when I'm being an arrogant son of a bitch and I tell you when you're being a pain in the ass, which you are 99% of the time. I'm not afraid to hurt your feelings. You have like a 2 second rebound rate and you're back doing the next pain in the ass thing. So it's not gonna be easy. It's gonna be really hard and we're gonna have to work at this everyday. But I wanna do that because I want you, I want all of you, forever, you and me, everyday."

Noah (The Notebook)

Pra refletir!

"...your life is your life don’t let it be clubbed into dank submission.. be on the watch. there are ways out. there is a light somewhere. it may not be much light but it beats the darkness. be on the watch. the gods will offer you chances. know them. take them. you can’t beat death but you can beat death in life, sometimes. and the more often you learn to do it, the more light there will be. your life is your life. know it while you have it... you are marvelous the gods wait to delight in you..."

Charles Bukowski

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ampulheta



Cada grão da ampulheta da minha vida parece representar uma dose de realidade que o tempo traz.
Uma realidade áspera e pálida como areia, que vai preenchendo sistematicamente meu coração.
O coração, sufocado, seca aos poucos, definha na falta de um pouco da brisa da passionalidade....



terça-feira, 10 de julho de 2012

Tudo novo de novo.

E, saindo de casa, descobri as dificuldades de morar sozinha.

E digo que o mais difícil não é o cuidado com cada cômodo da casa,
ou a preocupação com os horários que o lixeiro passa;
não é a roupa pra lavar ou as louças sujas na pia;
não é o chão sujo ou a poeira dos móveis;
não  é a cama pra arrumar ou o banheiro pra limpar;
não são os gastos cotidianos ou as compras do mês.

A parte difícil é cuidar de si mesmo;
vencer a preguiça e fazer a sua comida preferida;
sair pra correr quando o sofá chama e não há ninguém para cobrar atitude;
deixar tudo limpo e organizado ainda que ninguém veja, só a gente;
curtir o ócio quando não há nada para fazer ou ninguém para fazer companhia;
sofrer sozinha, sorrir sozinha, dormir sozinha.

Um aprendizado a cada dia.

E viva a nova vida!



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Vida cotidiana

Dia calmo. Um suspiro, um gole de cerveja, conversa jogada fora com tempero de alho e cebola e algumas arestas. Nada que exigisse um pouco mais de cuidado. Daqueles momentos que, em silêncio e com calma, registra-se no campo dos sentimentos, mesmo que não se saiba os efeitos, as consequências ou mesmo a relevância. Vida cotidiana em sua máxima expressão, tão normal que assusta e tira a fala. Para onde foram as particularidades, as excentricidades? Tantas ideias, tantas vontades? Parece que se perderam em meio a tantas mudanças somadas a uma boa dose de realidade. Será a vida dando um tapa em minha cara?

E depois de uma ou outra risada em meio a cenas de uma vida que não é minha, páro e olho ao meu redor. Observo a sala, a cozinha. Tudo está diferente ou eu que mudei por dentro? Onde está aquela inquietude, onde está aquela ansiedade pelo novo, pelo intenso, pelo profundo? Ao contrário, anseio pela paz e por uma rotina recheada de coisas simples, como um sorriso inocente e palavras sinceras; como amor e café pela manhã.

Sem ter o que dizer e também sem querer dizer nada, vou lavar louças e penso nas coisas mais práticas da minha nova vida: na roupa pra lavar, na cama pra arrumar, nas compras a fazer...  em qualquer coisa que tire o foco da minha confusão emocional, com  a qual me deparei nesse dia calmo, um típico domingo em casa, na nova casa. Depois, uma despedida morna entre amigos que parecem não mais se conhecer, enquanto o coração insiste em pulsar a uns 600km de distância, e que acelera a cada toque do celular.

Agora, sozinha em casa, olho pela janela e vejo a meia lua cheia minguando, exibindo sua beleza. A louça foi lavada, a casa foi arrumada, tudo em seu devido lugar; até eu, que me sinto em casa pela primeira vez em 10 anos. Menos meu coração teimoso, que faz questão de deixar claro que não está satisfeito com a nova rotina e que não aceita paleativos. Ok, já isso eu já entendi: não adianta tapear o coração, negociar carinho e aconchego. Ele sabe o que quer. Já avisou minha cabeça, mas esta ainda não tomou providências, insistindo em colocar outros assuntos como prioridade. Até quando?


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Curtir e compartilhar.



Ouvi isso outro dia: a gente se casa (ou junta, ou namora) pela necessidade que temos de sermos notados, de termos ums testemunha de nossos feitos, alguém que se importe com o que somos e com o que fazemos. É, creio que seja verdade... as pessoas precisam ser percebidas e notadas neste mundo de culto às personalidades. Afinal, não sou ninguém se não sou percebido ou notado.

As redes sociais são indícios desse comportamento. O Instagram está cada vez mais bombado de imagens de um suco ou café no meio da tarde; algo que parecia despretencioso, alguém pode "curtir", aí torna-se interessante. A visão de uma árvore ou uma paisagem no meio da tarde não é mais coisa banal, vira foto artística. O bar e o restaurante parecem cada vez mais legais e mesmo a decoração da casa da avó, antes tão "batida", torna-se vintage, cool ou cult. Olha, e não tiro meu corpo fora: tenho meu perfil no Instagram.

Olhando com olhos mais brandos, menos críticos, diria que isso acontecem porque a felicidade só é legítima e plena se compartilhada. Que graça teria uma bela visão do mar, uma vista privilegiada dos Andes ou mesmo uma casa nas montanhas se não for pra compartilhar com os amigos, com os queridos, com os amados? Com cônjuges, namorados, amantes? Não sejamos tão duros conosco; cada comparilhamento que fazemos nas redes sociais não é sinal de futilidade absoluta ou de "falta do que fazer". Às vezes, pode indicar: isso me encanta tanto que quero que você também veja, vivencie. Ah, ser humano, ser social!

Tenho vivido ótimos momentos em minha nova vida, admirando belas paisagens, compartilhando-as também. Tem gente que curte, tem gente que critica. Mas... faço por mim. Quero multiplicar a felicidade de cada instante, dividindo-a com aqueles que me cercam. E eu adoro as coisas simples da vida; por que não compatilhá-las?