domingo, 28 de outubro de 2012

Salada de pensamentos numa tarde de domingo

Ao longo da vida, aprendemos muito mais com as experiências do que com leitura, conhecimento, troca de ideias. Aliás, posso afirmar que, muitas vezes, só entendemos de fato o sentido das palavras quando vivenciamos as experiências relatadas. Sentir é fundamental ao aprendizado... Ou melhor, os cinco sentidos são fundamentais ao aprendizado!

Como falar de amor sem nunca ter amado? Como ler e entender o relato de uma dor ou angústia sem ter sentido isso na pele? Podemos até compreender, mas é só a partir da experiência que podemos de fato dizer "eu sei o que é isso". Aprendemos de fato quando utilizamos todos os sentidos, e não apenas a razão.

No campo da razão, é a mesma coisa: lemos relatos científicos, estudos de caso, artigos, mas é não é à toa que toda metodologia de ensino utiliza de procedimentos de prática, seja em laboratórios, pesquisas de campo ou outras ferramentas de aprendizagem. Até na solução de crimes é preciso fazer a reconstituição das cenas para que se tenha, pelo menos, uma ideia do que foi vivenciado. 

E, na minha tentativa de ser um ser exageradamente racional, de querer solucionar todas as questões da vida no plano da razão e do pensamento, não percebi que estava ficando.... limitada (burra?!). Viver é parte essencial do amadurecimento, da evolução, do aprendizado e do crescimento.

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Falando em aprendizado....

Ler sobre a solidão nunca me fez entender de fato o que é sentir-se tristemente só. A prática tem me mostrado que até então eu nunca tinha ficado realmente só e agora, com a experiência dos últimos tempos, tenho aprendido sobre o assunto. Essa falta de vivência me fez exaltar demais a ideia de que ficar sozinha é bom, e é mesmo. Mas, como tudo na vida, solitude tem limites. Ainda que o tempo de aproveitar a si mesmo seja fundamental na vida de qualquer pessoa, fazendo as coisas que se gosta - como ler, meditar, refletir, assistir um filme, ouvir música ou curtir o ócio -, a vida só tem sentido quando compartilhada. Idéias, sentimentos, sensações por si só não têm valor se não foram repartidas.

Só comecei a entender isso durante os últimos dias, os quais passei exageradamente sozinha em casa. Li um livro e tive vontade de conversar sobre ele, de repartir o que senti e o que pensei durante a leitura. Assisti um filme e tive a mesma sensação: de que adianta todo esse conteúdo se ele ficar guardado dentro de mim? Aí veio a ansiedade e a necessidade de estar perto de alguém, pra compartilhar tudo que havia absorvido. Indo além: a beleza de uma paisagem, a gostosura de um suco natural gelado: tudo é muito melhor quando podemos dividir com alguém. 

Não é à toa que usamos tanto as redes sociais, como forma de compartilhar ideias, experiências, emoções, seja através de fotos, comentários, textos ou o que for. As redes sociais são ferramentas que usamos para não nos sentirmos sozinhos em nossas ideias, emoções, sensações, ainda que esses recursos sejam usados de forma equivocada - muitas vezes substituindo as relações humanas.

Em última instância, queremos nos relacionar com as pessoas para aprender, sentir e viver, compartilhando ideias, emoções, sentimentos e momentos.......

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