Foi uma semana subjetivamente desgastante, de circunstâncias delicadas, que demandam força emocional. Misturas de sentimentos, pensamentos confusos. Enquanto preparo a salada com uma enorme variedade de ingredientes, penso que é exatamente assim se encontram minhas emoções: misturadas; pedaços doces, ácidos, insossos, picantes. Salada de emoções. Uma lágrima escorre pelos olhos.
Fico pensando em como é difícil fazer escolhas quando estas envolvem os sentimentos. Sei o que fazer, qual a melhor saída e por que; mas me nego a decidir. E sei o motivo: a dificuldade está em "abrir mão", em deixar para trás um pedaço de mim, ainda que não me faça tão bem. Afinal, por mais que concorde e entenda as razões, não há como negar que os sentimentos são vivos e reais e, exatamente por isso, se mostram tão fortes e presentes. E assim como todas as coisas da vida, eles nunca são de todo ruins - ou bons. Então, por mais que tragam alguma angústia, trazem também alegrias plenas e verdadeiras... ainda que momentâneas. E exatamente por isso é tão doído abandoná-los. Deixamos pra trás uma felicidade genuína.
Mas não quero parecer tola. Não quero viver de ilusões ou mesmo de pequenas doses de coisas boas. Não quero metade, quero por inteiro, pacote completo! Aceito até mesmo as tristezas, se vierem acompanhadas do riso despretensioso, do olhar sincero, dos afetos e carinhos.
Meus 33 anos e todas as experiências advindas deles me ensinaram muita coisa; uma delas, é que o coração não é inteligente o suficiente para tomar decisões sozinho, pois lhe falta lucidez e discernimento. Pra isso serve o cérebro... para ponderar, avaliar, trazer elementos novos e uma visão diferente para que possa tomar decisões equilibradas e proporcionais.
Assim, escrevo entristecida, mas sei que hoje razão e emoção chegaram num consenso: é preciso desapegar. Desapegar daquilo que "poderia ter sido", do que foi e já não é mais, das migalhas de sentimentos que restaram, bons ou ruins. É hora de fechar o ciclo, seguir em frente, movimentar-me e abrir espaço para o novo entrar. Sem peso, sem rancor, sem medo; apenas com a alegria ingênua de quem nunca se machucou.
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