Tolice pensarmos que temos controle sobre a vida. Não temos controle algum, nem sobre ela, nem sobre nós mesmos.
Basta refletirmos sobre os sentimentos: de raiva, de amor, de desejo. Não escolhemos o que queremos sentir, apenas sentimos. Nossas escolhas se limitam ao que iremos fazer ou como iremos reagir a esses sentimentos.
E a vida? Quem somos nós para querermos dirigir nossa própria vida. Podemos planejar, dar um rumo, direcionar, conduzir. Guiar, nunca. Escolhemos nossos caminhos, mas não somos capazes de controlar as adversidades, os imprevistos, as eventualidades, as pessoas, os sentimentos, o tempo. Como é difícil o exercício de aceitar isso!
Batalhei a vida inteira para construir minha independência e minha individualidade. Mas isso fez com que desenvolvesse uma relação delicada com o "controle": quero tudo em minhas mãos. Não é à toa que me formei administradora; aprendi a controlar.
Hoje em dia, meu esforço é no sentido contrário: de aprender a desapegar, de assumir que tem coisas que fogem do meu controle, e que é bom que seja assim.
Às vezes penso que isso está diretamente relacionada com a questão da fé.Ter fé é escolher acreditar, ainda que não haja explicações. É abdicar do controle, é "entregar pra Deus", ou pro "destino", ou para qualquer entidade dessas; é colocar fora de nós mesmos o centro de tudo, assumir que não temos controle sobre a vida. Quanta humildade é preciso para isso!
Sim, é preciso humildade para ter fé.
Abdicar da nossa arrogância é uma tarefa árdua e muitas vezes beira o impossível. Passamos sempre tão longe da humildade.
ResponderExcluirAchei bárbaro a sua ligação com a fé. Aqui onde moro percebo o que esse "sentimento" se perdeu com o desenvolvimento do individualismo europeu, tanto que a palavra FÉ nao existe na língua alemã... Eles utilizam a palavra acreditar... Pode uma coisa dessas???
A propósito, obrigado pelo comentário sobre o comentário e pelo texto de hoje...
:) Adoro seus comentários, obrigada.
ResponderExcluirAbraço.
E agora Peterson?
ResponderExcluirO blog parou,
A srta. Wadhy sumiu,
A noite esfriou,
E agora, Peterson?
Você que adora comentar essa história,
Que ama protesta,
E agora, Peterson?
(Saudades e uma semana linda...)