segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Pais & Filhos

Por: Thais Wadhy


Eu tenho uma vontade enorme de ser mãe. Mas algumas situações da vida me mostram que talvez eu ainda não esteja preparada. Porque criar uma pessoa é demasiado difícil; requer sabedoria, equilíbrio, muito diálogo e nenhuma expectativa.

Eu tenho a experiência de ser quase uma "co-mãe". Mas ainda que tenha um amor incondicional pelo meu irmão mais novo e um sentimento quase materno de proteção, não consigo nem ao menos imaginar qual é a dor, a preocupação e a angústia que sente a minha mãe diante de algumas situações em que ele a coloca. E fico pensando como deve ser complicado para uma mãe lidar com essas circunstâncias, oscilando entre esse amor incondicional e a necessidade de educar, de colocar limites, de direcionar e mostrar o caminho da vida e da verdade.

Dizer 'não' faz parte do processo de educar os filhos pro mundo, até porque o mundo vai dizer muitos 'não's' pros nossos filhos. Mas percebo como é difícil saber a hora e a forma de dizer. Quando e como impôr limites? Afinal, algumas questões precisam ser consideradas:
  • A geração que nasce agora é outra; tem outros valores e outros limites. E os nossos filhos serão criados neste contexto.
  • As imposições e os limites dps pais estão relacionados com seus próprios valores e expectativas. Mas filhos são pessoas desde que nascem, e devem ser respeitados como tal.
  • O mundo muda e evolui constantemente, alterando contextos, valores e cultura, os quais influenciarão as vontades e estilos de vida das pessoas.
Assim, fica tão complicado encontrar esse tal equilíbrio! Ainda que a vontade seja a de educar com amor e sabedoria, ensinando valores e posturas, a influência do meio, da cultura e da realidade sobre os indivíduos é enorme e precisa ser considerada..... Da mesma forma, quem educa precisa ser um sujeito ativo e atentar-se para essas mudanças que acontecem de geração para geração, pois elas irão afetar nossos filhos.... Por fim, as vontades dos filhos devem ser respeitadas e consideradas, e estas sofrem influência do meio também! Como é complicado!

Pra mim seria difícil, confesso. Passar por fases de rebeldia (principalmente na adolescência), mesmo com todos os esforços no sentido de criar e educar um filho com amor e sabedoria. Ter os ensinamentos rechaçados ou negados, ver o filho seguir em outras direções. Não que ele não possa, claro que pode. Mas não estou falando de profissão ou de estilo de vida. Estou falando de atitudes, de responsabilidades. O que fazer, por exemplo, com um filho que se droga? Que bebe até cair? Que não se posiciona perante a vida e acomoda-se em situações, no mínimo, arriscadas? Que não toma as rédeas da própria vida?

Peço todos os dias a Deus sabedoria e luz. Para que veja as coisas com mais clareza, para que eu saiba tomar decisões, para que eu sempre encontre equilíbrio nas minhas atitudes.

2 comentários:

  1. Srta. Wadhy,

    Post mais que perfeito! Eu estou justamente nesse dilema! Minha filha tem 14 anos. Ô período difícil, affe! A gente ensina, luta, torce, fala, briga, orienta, mas não adianta, às vezes. Eles seguem seus próprios caminhos. É o que você falou: é muito complicado encontrar o equilíbrio!
    A geração é outra, ainda que eu tivesse apenas 21 anos quando ela nasceu... Embora a diferença de idade não seja tãão grande, não interessa. São gerações diferentes, que foram criadas de forma diferente.

    Beijos, excelente reflexão

    Carla

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  2. Obrigada pela contribuição, Carla. Imagino o quanto deve ser difícil ser mãe e encontrar o equilíbrio. Te desejo luz e sabedoria!
    Beijos.

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