“O homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado.
Pelo fato da vida ser, relativamente, tão curta e não comportar “reprises” para emendarmos nossos erros, somos forçados a agir, na maior parte das vezes, por impulsos, em especial nos atos que tendem a determinar nosso futuro. Somos como atores convocados a representar uma tragédia (ou comédia), sem ter feito um único ensaio, apenas com uma ligeira e apressada leitura do script. Nunca saberemos, de fato, se a intuição que nos determinou seguir certo sentimento foi correta ou não. Não há tempo para essa verificação. Por isso, precisamos cuidar das nossas emoções com carinho muito especial."
Vou cuidar das minhas.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Let me fly
Baixar a guarda, admitir o erro, confessar as limitações, perceber que é impossível ser sempre amada e querida. Alguém, em algum momento, não vai gostar da gente. Aliás, não só não vai gostar, como também vai nos odiar, nos culpar, apontar nossos erros e mostrar o quanto somos.... humanos.
Odeio minha mania de querer abraçar meio mundo, poupar a outra metade, e... me magoar. Me sentir tão podada e limitada quanto periquitos domésticos, cujas asas são cortadas para que não voem para longe de quem tanto os ama..... e os prende.
Me deixe voar.
Encontrei esse texto nos rascunhos. Apesar de não se ajustar ao contexto, se ajusta à vida. Decidi publicar.
Pensamentos soltos sobre mudanças
Por: Thais Wadhy
Num momento da vida em que almejo mudança, é preciso pensar no tipo de mudança que quero para a minha vida. Mudar por mudar não é suficiente para suprir necessidades, ainda que represente passos importantes no trilhar desse caminho, desse percurso rumo a uma revolução interna.
Mas que mudança quero? Você poderia perguntar. Não sei. Sinto como se estivesse pairando no ar em busca de respostas para
perguntas que nem sei quais são. Nos últimos tempos, o que faço é
pensar, pensar e tentar buscar sentido para minha vida, para minhas
escolhas. Muitas vezes, em vão. Tudo parece simplesmente não fazer
sentido e eu já não sei mais o que fazer, então me deixo levar pela
inércia, pela rotina. Coisas cotidianas que preenchem o tempo, mas não a
alma.
"Então, pare de pensar no futuro e viva o presente!", já me disseram. Se, por um lado, é importante pensar no presente e no que quero agora,
uma vez que o futuro nada mais é que a consequência do hoje (como diria
um querido amigo, em noites de longas conversas, "ele sempre existirá
para buscarmos"), por outro, é impossível não projetar expectativas em
relação ao que pode ser e pensar possíveis cenários. Como, afinal, me
imagino daqui a alguns anos? Sem esse horizonte, fica difícil tomar decisões.
Bom, futuro ou presente, a verdade é que não consigo nem mesmo me
enxergar nesse momento. Então, nas últimas duas semanas, aproveitei uma oportunidade para me afastar fiisicamente da minha realidade. E tenho sentido certo aconchego nesse novo lugar que, devido ao distanciamento físico da minha realidade (muitas vezes opressora), deixa meus pensamentos mais livres para divagar sobre coisas da vida. Essas ideias acabam sendo uma espécie de norte, ainda que não sejam um porto seguro.
Apesar do sopro de brisa, estou precisando me encontrar para voltar a ter leveza na minha vida, para voltar a celebrar a existência e a enxergá-la com olhos brandos de quem é feliz por existir, ainda que vivencie momentos de alegria, tristeza, melancolia, felicidade, prazer, dor. Afinal, bons ou ruins, sentimentos e momentos são privilégios dos vivos. Pior seria não sentir nada, plagiando novamente meu querido amigo Carlos.
"Quanto mais sabemos o que somos e o que queremos, menos as coisas nos incomodam". E é justamente por isso que preciso desse encontro comigo mesma. Afinal, como escreveu Caio Fernando Abreu:
"você me pergunta: que que eu faço? Não faça, eu digo. Não faça nada, fazendo tudo, acordando todo dia, passando café, arrumando a cama, dando uma volta na quadra, ouvindo um som, alimentando a Pobre. Você tá ansioso e isso é muito pouco religioso. Pasme: acho que você é muito pouco religioso. Mesmo. Você deixou de queimar fumo e foi procurar Deus. Que é isso? Tá substituindo a maconha por Jesusinho? Zézim, vou te falar um lugar-comum desprezível, agora, lá vai: você não vai encontrar caminho nenhum fora de você. E você sabe disso. O caminho é in, não off. Você não vai encontrá-lo em Deus nem na maconha, nem mudando para Nova York, nem...."
quarta-feira, 18 de abril de 2012
O bolo da Thatá
O bolo da thatá é uma receita pra poucos.
Ela não dá pra qualquer um.
Eu a conheci há pouco, mas acho que ela gostou de mim,
com poucos dias a receita era minha.
Não posso dar detalhes, mas talvez algumas dicas.
Tem que ser feito com muito carinho e gentileza, senão desanda.
O modo de preparo é rápido, mas melindroso.
Não execute a receita com muita ansiedade, senão ela não te conta o
pulo do gato.
É assim o bolo da Thatá, um cuidado, mas muito bem explicadinho.
Texto de Nininha: http://hermindismadeup.blogspot.com.br/
Ela não dá pra qualquer um.
Eu a conheci há pouco, mas acho que ela gostou de mim,
com poucos dias a receita era minha.
Não posso dar detalhes, mas talvez algumas dicas.
Tem que ser feito com muito carinho e gentileza, senão desanda.
O modo de preparo é rápido, mas melindroso.
Não execute a receita com muita ansiedade, senão ela não te conta o
pulo do gato.
É assim o bolo da Thatá, um cuidado, mas muito bem explicadinho.
Texto de Nininha: http://hermindismadeup.blogspot.com.br/
terça-feira, 10 de abril de 2012
As escolhas de uma vida
Pedro Bial
A gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso. Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".
Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura.
No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...
Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.
Por isso é tão importante o autoconhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é.
Lógico que se devem reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido.
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.
Lembrem-se:suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado.
A escolha é sua...
Pequeno Príncipe
"As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas?". Mas perguntam: "Qual é a sua idade? Quantos irmãos tem ele? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?". Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dissemos às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado..." elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos contos". Então elas exclamam: "Que beleza!"."
segunda-feira, 9 de abril de 2012
E nesse momento de introspecção....
Já haviam me falado que essa vida não é fácil.
Que escolhas precisam ser feitas em cada parte do caminho, e que ficaria com saudade do que poderia ter sido.
Que as pessoas têm tempos diferentes, e que não significa que meu tempo é o "certo"; mas que preciso respeitá-lo.
Que dinheiro não traz felicidade, mas que é difícil simplesmente sobreviver sem ele.
Que o sucesso profissional, na sociedade atual, aprisiona; porque significa que fazer o que é condizente com os parâmetros de uma sociedade injusta e opressora.
Que viveria grande parte da minha vida num conflito entre o que quero fazer e o que precisa ser feito.
Que auto-conhecimento é o mais difícil de ser adquirido, mais que física quântica ou nanotecnologia.
Que as tristezas, assim com as alegrias, fazem parte da vida e de cada ser humano, assim como o bem e o mal.
Mas conhecimento não evita sofrimento, nem angústia, nem mesmo esse sentimento de entrar para dentro de si, de ficar introvertida, introspectiva, buscando respostas para perguntas que mudam o tempo inteiro. Vou indo, vou seguindo, nada mais que isso. Um dia de cada vez, rumo à plenitude da vida, a tudo que posso ser.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Tem um mundo lá fora....(parte 2)
E podem me perguntar: mas por que?
É tristeza?
É saudade?
É angústia?
E eu respondo: não!
Sou eu querendo viver, querendo sair da gaiola
Gaiola sem grades, de amarras invisíveis me impedem de voar...
Vou em busca dos meus sonhos que deixei pra trás,
em busca de mim mesma, das minhas respostas.
Preciso mais que um belo horizonte para ser feliz!
É tristeza?
É saudade?
É angústia?
E eu respondo: não!
Sou eu querendo viver, querendo sair da gaiola
Gaiola sem grades, de amarras invisíveis me impedem de voar...
Vou em busca dos meus sonhos que deixei pra trás,
em busca de mim mesma, das minhas respostas.
Preciso mais que um belo horizonte para ser feliz!
Tem um mundo lá fora....
E, pensativa, ela perguntou: mas você não vai se assentar em algum lugar?
E respondi: já me assentei a vida inteira. 30 anos com raízes, agora quero voar.
E respondi: já me assentei a vida inteira. 30 anos com raízes, agora quero voar.
Paradoxo do perfeccionismo
Thais Wadhy
vou tentando te agradar,
vou buscando te mostrar
que minha existência tem rumo
e que nesse mundo estou
pra fazer você feliz,
pra ser sua cara-metade, a metade da laranja
pra te amar e pedir bis.
Mas, assim, não sou mais eu,
sou retalhos, sou pedaços,
sou mais nós e menos laços,
quebra-cabeça montado,
tentando ser paisagem.
Pra quem tem um pouco de tudo,
falta muito do essencial,
falta algo especial,
ainda que seja algo simples,
como fruta no pé, banho de chuva,
beijo molhado, ou você.
E o pior da história,
não é que vivo frustrada,
não é que vivo triste, não é que vivo cansada.
O pior de tudo, de viver nessa ilusão,
de buscar ser o que esperas,
de buscar a perfeição;
É que, não satisfeita,
querendo também ser feliz,
querendo também ser suprida, querendo regar minha raiz,
te coloco no ciclo da minha louca insensatez,
crio expectativas enormes e espero minha vez
de poder exigir que também faça o que quero,
que também sinta o que sinto, que ofereça o que espero....
E assim, nesse paradoxo do perfeccionismo,
vou tocando a vida, sem plenamente viver.
E tentando ser mais, vou sendo menos de mim.
E tentando ter mais, vou tendo menos você.
E a cada dia, somos menos nós dois.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
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