segunda-feira, 27 de junho de 2011

Longe demais

Li hoje no site UOL a seguinte comparação:

"Pode ser uma coincidência, mas tudo que vai acontecer com o personagem Léo, vivido por Gabriel Braga Nunes em "Insensato Coração", lembra o filme argentino "O Segredo dos seus Olhos", com Ricardo Darin. Lá, o marido de uma mulher assassinada, consegue manter o autor do crime em cativeiro em seu sítio, preso no porão da casa e submetido a toda sorte de privações e humilhações. Norma, Glória Pires, de acordo com os próximos capítulos e com todos os indícios de psicopatia, está prometendo fazer algo bem parecido para completar a sua vingança. Justiça pelas próprias mãos pelo que ela passou por causa dele no passado. O Léo, segundo se anuncia, também ficará mantido como prisioneiro e obrigado a satisfazer todas as suas vontades. No filme, o personagem não é preso e nem morre. Resta saber como será na novela."

Nunca li nada tão desproporcional. Para quem assistiu o belíssimo filme "O segredo de seus olhos", a comparação é, no mínimo, irritante. O jornalista que escreveu o comentário acima ou não assistiu o filme ou não teve a sensibilidade suficiente para perceber suas sutilezas.

O filme, um dos mais bonitos que já vi, traz uma reflexão sobre as relações humanas que vai muito além de vingança e violência. Amor, medo, morte, obsessão e mudança são brilhantemente abordados no decorrer da trama e fazem com que nós (com nossos valores e perspectivas de mundo) nos envolvamos na história, de maneira emocionante; ao contrário da novela, que - devido ao próprio propósito das novelas - traz uma abordagem infinitamente mais dramática, mirabolante e um tanto descolada da realidade.

Sinceramente? Na minha opinião, a falta de assunto fez com que forçassem uma comparação de desfechos que não poderiam ser comparados.

2 comentários:

  1. Acredite !: passou bem perto, mas não é nada. Os escritores platinados fazem anotações em livrinhos e depois dão um nome e começa a trama. Pessoas morrem e ressucitam, são boas e ruins, parecendo uma sessão descrita por Freud. Não liga. Eles não teriam essa capacidade.

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