O livro é fácil de ler, suave. Em duas noites, antes de dormir, consegui finalizá-lo. Por essa mesma razão, não acrescenta tanto.... e acredito que é esse o propósito: por ser um livro de crônicas, não tem a intenção de ser intenso e profundo, nem mesmo de causar um rebuliço em nossos princípios e pensamentos.
Eu não gostei tanto; prefiro aqueles escritos que mexem comigo e que me fazem ter outra perspectivas acerca do mundo. Martha apresenta seus olhares sobre as situações cotidianas, sem aprofundar tanto, sem querer transformar a nossa. É leve e não tem nenhuma pretensão; e talvez seja por essa razão que eu tenha conseguido chegar até o final: porque é despretensioso. Não gosto de textos que se superestimam.
Martha escreve com a delicadeza, a inteligência e a leveza que lhe são peculiares. Gosto dela, gosto do jeito que ela escreve. Gosto de sua visão sobre a vida, as situações e as pessoas (mesmo que discorde em alguns pontos). Mas, no caso de "Feliz por nada", preferiria ler cada texto em uma página de jornal, por exemplo. Como alguém que apresenta sua opinão (de forma clara e brilhante) sobre os fatos. E não todas reunidas num livro. Acabou se tornando um livro em que título fala mais do que os próprios textos.
Em algumas crônicas, senti certa arrogância da autora. Excesso de segurança e autoestima? Não sei, mas pra mim isso teve seu lado bom: pude sentir em cada linha a personalidade dela e quase a ouvi falar. Deu credibilidade ao texto, confiança. Acabei achando graça do jeito pretensioso.
Nota de 1 a 5 para o livro? 3. Nota para Martha? 5, sempre.